Viaturas da polícia foram doadas em abril e custaram R$ 5 milhões. Foto: João Gilberto/ALRN
A doação de 50 viaturas de polícia promovida pela Assembleia
Legislativa ao Governo do Estado, em abril deste ano, acabou se
transformando numa representação do Ministério Público Eleitoral (MPE)
contra 19 deputados estaduais.
O entendimento da MPE é que a cerimônia de doação, promovida no
bairro de Brasília Teimosa, Zona Leste da cidade, se transformou em ato
de promoção pessoal. Na representação é afirmado que os deputados
puderam inclusive definir para onde as novas viaturas poderiam ser
enviadas.
Para todos eles, o MP Eleitoral pede a suspensão das condutas, o
pagamento de multa e a cassação do registro dos candidatos. Ao todo, a
doação dos 50 veículos custou aproximadamente R$ 5 milhões. O dinheiro
veio do próprio orçamento da Assembleia.
Também na representação é explicado que a motivação para ação do MPE
foi o fato de que teria havido “uso promocional” da doação, “quando da
entrega de cada uma das viaturas, em prol das candidaturas de quase
todos os deputados estaduais da ALRN”.
O entendimento dos procuradores é que isso deu uma vantagem indevida
aos parlamentares que estavam participando da cerimônia e que são
candidatos à reeleição.
Além disso, na representação é argumentado que, a partir do momento
que coube aos deputados escolher para onde iriam os veículos, a
Secretaria de Segurança Pública ficou impedida de destinar os
equipamentos para onde seria mais necessários.
O MPE aponta ainda que o suposto uso eleitoreiro dessa doação se deu
na cerimônia e depois, quando por meio de discursos e postagens nas
redes sociais os deputados se vangloriavam de ter conseguido as
viaturas.
Em nota, Assembleia informa estar surpresa com representação
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte emitiu nota oficial
sobre a representação contra os 19 deputados estaduais. De acordo com a
declaração oficial, o Poder recebe com surpresa a ação “na semana que
antecede a eleição do próximo domingo, 7 de outubro.”
Na nota, é argumentado que a doação seguiu todos os trâmites legais
necessários e justificado que a principal atividade parlamentar é
destinar emendas impositivas ao Poder Executivo. E que, por conta disso,
não há ilegalidade “no encaminhamento dos veículos por parte dos
parlamentares; nem tampouco uso promocional dessa entrega, visto que
atende aos princípios de transparência e prestação de contas na Gestão
Pública”.
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