Após o ataque promovido por um barco chinês contra um pesqueiro
potiguar, quinta-feira da semana passada, os empresários do setor temem
que isso se torne comum. E que a produção pesqueira do Rio Grande do
Norte comece a registrar prejuízos.
De acordo com Gustavo Burle, que atua no setor, a disputa antes era
mais diplomática dentro do órgão internacional de pesca do atum. Há
cerca de dois anos, a questão ficou mais complicada, envolvendo disputa
no mar. “Agora passou um ataque à vida humana. Essa guerra parece que
começou agora”, disse
Gustavo Burle conta que recentemente um barco da sua empresa teve sua
produção alterada por causa da situação. Segundo ele, a tripulação
informou que não estava indo para uma área mais produtiva por temer o
encontro com alguma embarcação chinesa.
“Já dá para sentir que vai ter impacto. Não tem como mensurar isso
ainda porque é muito cedo. O que é muito triste, porque o Rio Grande do
Norte é um grande exportador de atum”, disse.
O Rio Grande do Norte produz por ano de 20 mil a 25 mil toneladas de
atum, o que rende um total de R$ 70 milhões somente com a exportação de
atum fresco. De acordo com o subsecretário de Pesca do RN, Alberto
Cortez, esse produto é muito bem aceito no mercado internacional,
principalmente o norte-americano.
Ainda segundo ele, a cadeia produtiva da pesca oceânica gera 4 mil
postos de trabalho. Ao todo, RN e Ceará produzem por ano cerca de 30 mil
toneladas de atum, o que rende um total estimado de R$ 600 milhões/ano.
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