A polícia prendeu em Guararema, na noite desta terça-feira (30), Michel Flor da Silva, de 28 anos, pelo assassinato de Rayane Paulino Alves, de 16 anos.
Segundo a polícia, o segurança confessou que matou a jovem depois de ter oferecido uma carona para ela.
Para a polícia houve estupro, mas homem alega que relação sexual foi consensual e que depois a adolescente "surtou".
Rayane ficou desaparecida por oito dias, depois de sair de uma raveem um sítio no limite entre Mogi das Cruzes e Guararema. O corpo dela foi encontrado no último domingo (28).
A jovem teria saído da festa e pegado carona com um motorista de aplicativo até a Rodoviária de Guararema.
Segundo
a polícia, o motorista da primeira carona prestou depoimento e
realmente deixou a adolescente no local, onde ela pegaria um ônibus para
Mogi.
De
acordo com o delegado Rubens José Ângelo, Michel estava trabalhando na
rodoviária como segurança e disse à polícia que, ao ver Rayane sozinha,
se ofereceu para levá-la até a casa dela.
"Michel
confessa cabalmente a prática do crime. Ele diz que encontra Rayane no
terminal rodoviário de Guararema e ela estava meio cambaleando. Em dado
momento ela sentou em um banco naquela rodoviária", disse o delegado.
"Ele ofereceu uma carona, perguntou se ela estava bem. Ofereceu uma água
e ela não aceitou. Ofereceu a jaqueta para ela se esquentar. Ela também
não aceitou. Daí nesse momento ele oferece uma carona", continua o
delegado.
A jovem, porém, nunca chegou ao destino.
Segundo
o delegado, no depoimento, Michel - que é capoeirista - afirmou que
Rayane havia dito que queria curtir a noite e que ele propôs que fossem
até uma balada, em Jacareí, e por isso mudaram o rumo. "Eu não acredito
nessa versão. Eu acredito que ele já tenha levado ela para estuprá-la",
afirma Ângelo.
"Em
dado momento, no km 170 da Dutra, ele para às margens da rodovia e ali,
segundo ele, ele mantém a conjunção carnal com ela", continua o
delegado.
"Segundo
a versão dele, que talvez seja isolada, ele disse que Rayane se
arrependeu e teria dito o seguinte: 'olha o que você fez comigo, você me
estuprou! Meu pai é polícia, ele vai te matar'. É uma versão dada pelo
Michel, que é isolada. E, neste momento, Rayane teria dado um chute
nele. E ele, seguidamente, aplicou um golpe mata-leão no pescoço de
Rayane porque ele é lutador de artes marciais, capoeira, há mais de 12
anos, e ela desfaleceu", explica Ângelo.
O delegado acredita que a jovem foi violentada em Jacareí, onde ocelular foi encontrado, perto de um lago.A
polícia descobriu ainda na semana passada que o aparelho tinha feito
uma chamada para o 190, provavelmente para um pedido de socorro.
inda
de acordo com a polícia, Michel afirmou que, depois, levou Rayane para a
área de mata em Guararema, onde o corpo foi encontrado. Ali, ele disse
que asfixiou a vítima usando um cadarço.
"Ele
tem curso de primeiros socorros. Ele aferiu o pulso de Rayane, bem como
a veia jugular do pescoço. Ela ainda estava viva. Ele vendo isso e
temendo que fosse descoberto o estupro, ele pegou a bota de Rayane que
estava no assoalho do banco de passageiro dianteiro, do lado de Rayane,
pegou o cardaço, colocou em seu pescoço até matá-la."
Segundo o delegado, depois ele voltou a trabalhar normalmente no terminal.
Imagens
do circuito de monitoramento de Guararema ajudaram na investigação. A
polícia já estava com todas as provas contra Michel desde domingo, mas o
supeito não foi preso antes por causa da legislação eleitoral.
A
Justiça decretou a prisão temporária do segurança, que vai responder
por homicídio quadruplamente qualificado, bem como o crime de estupro.
"Existem quatro qualificadores: motivo torpe, recurso que dificultou a
defesa da vítima, asfixia e ocultar a vantagem de outro crime, que seria
o estupro", detalhou o delegado.
Caso Rayane
Na
noite de sábado, 20 de outubro, Rayane Paulino foi a uma festa em um
sítio de Mogi das Cruzes na companhia de mais duas amigas. O pai dela a deixou na casa de uma delas.
Para as amigas, Rayane teria dito que precisava ir embora mais cedo e que o pai viria buscar, mas isso não aconteceu.
Por
volta das 5h de domingo dia 21, os pais perceberam que a filha ainda
não tinha ligado e acharam estranho. Eles contam que tentaram contato
com ela, mas não conseguiram.
Na
segunda-feira (22), os pais espalharam vários cartazes pela cidade com
fotos de Rayane e o telefone deles para contato. A família da jovem
conta que ela não tinha namorado e que sempre teve o costume de avisar
onde e com quem estava.
Na última semana, após a polícia localizar o celular que pertencia à jovem na altura do km 170 da Rodovia Presidente Dutra,
em Jacareí, cães farejadores fizeram buscas em uma região de mata no
entorno do local. Os animais chegaram a indicar que o corpo da jovem
poderia estar em um lago.
Diante
desta possibilidade, equipes do Corpo de Bombeiros e mergulhadores de
Jacareí fizeram as buscas, mas informaram que não encontraram qualquer
vestígio de que a jovem estaria por lá.
Houve buscas ainda no bairro Bela Vista, em Jacareí, com o apoio do helicóptero Águia, depois de uma denúncia. Mas o corpo, em avançado estado de decomposição, foi achado apenas no domingo (28) em Guararema.
A mãe fez o reconhecimento no dia seguinte, no Instituto Médico Legal (IML) de Mogi das Cruzes, com base na cor do esmalte e em uma tornozeleira.
G1
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