Benes Leocádio, deputado federal mais votado no Rio Grande do Norte
Deputado federal mais votado na eleição deste ano no Rio Grande do
Norte, o ex-prefeito de Lajes e ex-presidente da Federação dos
Municípios, Benes Leocádio (PTC), engrossou o coro dos que acham que se a
governadora eleita Fátima Bezerra (PT) não fizer um profundo
enxugamento da máquina pública será impossível resolver os problemas
financeiros do estado.
“Se ela não adequar da máquina às despesas, não conseguirá colocar o
trem nos trilhos”, aconselhou Benes nesta terça-feira, 4, em entrevista à
96 FM, ao expressar uma posição de absoluta neutralidade entre os
governos estadual e federal, mesmo depois do apoio formal que prestou à
candidata do PT na sucessão estadual.
Para ele, que depois do pleito chegou a ser recebido pelo presidente
eleito Jair Bolsonaro, “o palanque já foi desmontado e o que vale agora
são os interesses da população do Rio Grande do Norte”.
O político lembrou que o eleitorado nordestino elegeu em peso nomes
de oposição ao presidente eleito e que nem por isso deve-se se abrir
divergências desnecessárias, especialmente tendo em vista os problemas
vividos por estados e municípios brasileiros.
“Mais estados do que municípios”, frisou Benes
Sobre um novo pacto federativo acenado pelo presidente eleito Jair
Bolsonaro, Benes Leocádio disse tratar-se de uma tese antiga já
defendida por inúmeros políticos no passado. Mesmo assim, confessou
estar esperançoso em relação a esse novo aceno. “É preciso, no entanto,
que todos cumpram a sua parte, estados e municípios, fazendo o dever de
casa, adequando seus custos às despesas”, lembrou.
Sobre a recente e abrupta saída dos médicos cubanos do programa Mais
Médicos, Benes afirmou que as vagas deixadas não estão sendo ocupadas
como deveriam, apesar do número elevado de inscrições pela internet.
“O resultado mais visível foi uma grande migração de profissionais do
programa Saúde da Família para o Mais Médicos, onde os salários de R$
11.800,00 é maior e, ao contrário do que acontece no Saúde da Família,
livre de impostos”, ressaltou.
“Acho que o governo federal deveria revisar essa situação como um
todo, já que aqui no RN os 130 médicos cubanos foram substituídos 98
profissionais do Saúde da Família”, afirmou.
Para o futuro deputado mais bem votado do RN, apesar das divergências
ideológicas entre a governadora e o presidente eleitos, o governo
central não terá a “coragem” para virar as costas para a região. “Não
acredito nessa possibilidade”, acentuou.
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