sábado, 8 de dezembro de 2018

Sobrevivente de tiroteio em Milagres escapou ao ajudar pai que passava mal


Um dos reféns sobrevivente da tentativa de assalto a bancos em Milagres, no Cariri, que terminou com 12 mortos na madrugada desta sexta-feira (7), disse que escapou ao pedir aos criminosos para ajudar o pai, também refém, que estava passando mal. Três suspeitos da ação foram presos.
Os dois estavam em um dos carros interceptados pelos assaltantes na estrada. Os sobreviventes tinham ido buscar Francisca S., de 49 anos, uma das vítimas do tiroteio, no aeroporto de Juazeiro do Norte. Em conversa com a reportagem da TV Verdes Mares Cariri, a testemunha conta que saiu ilesa do confronto junto com o pai depois de o idoso passar mal e ela pedir aos criminosos para ajudá-lo. 
 
Francisca vinha de São Paulo, onde estava morando, para rever a família no Ceará. Ela era natural do sítio Muquém, no município de Porteiras, cidade a 41 km de Milagres, onde o crime ocorreu. O sepultamento da vítima vai ocorrer neste sábado (8), na cidade natal. 
O caso ocorreu na madrugada desta sexta (7). Um grupo de criminosos armados e com reféns tentou assaltar duas agências bancárias da cidade de Milagres. Houve troca de tiros com a polícia e pelo menos 12 pessoas morreram, segundo informou a Secretaria da Segurança do Ceará. Até o momento, três suspeitos de participação na tentativa de assalto foram presos, conforme a polícia.
Família seguia para Serra Talhada
Cinco pessoas de uma outra família que também foi feita refém na BR-116 também morreram no tiroteio. Eles vinham no primeiro carro interceptado pelos criminosos. Estavam no veículo o empresário de Pernambuco João Batista Magalhães, de 46 anos, o filho Vinícius, a cunhada dele, Cleoneide, acompanhada do marido, Cícero, e o filho do casal, Gustavo. 
João Batista e o filho também estavam voltando do aeroporto de Juazeiro, onde foram buscar os outros integrantes da família, e iam em direção a Serra Talhada, em Pernambuco.
Segundo informações da polícia, a quadrilha responsável pelo crime utilizou um caminhão para bloquear a estrada e parar os veículos das vítimas. Ainda não se sabe se os dois carros foram sequestrados no mesmo ponto.

Secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco afirma que serão solicitados esclarecimentos à corregedoria da polícia do Ceará. 

O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (PE), Pedro Eurico, solicitou agilidade na liberação das perícias dos corpos das cinco pessoas da mesma família, incluindo uma criança e um adolescente, mortas na tentativa de ataque a bancos em Milagres, no Ceará, na madrugada desta sexta-feira, 7. “São vítimas que foram chacinadas numa operação aparentemente infeliz”, disse o secretário, em nota. A família de PE seguia para Serra Talhada, em Pernambuco, quando foram feitas reféns e mortas em um tiroteio entre assaltantes e a polícia.
Eurico está intermediando o contato do Governo de Pernambuco com a secretária de Justiça e Cidadania do Ceará, Socorro França, para estabelecer ações de apoio relacionadas à ocorrência, que deixou 14 mortos.
O Secretário afirma que serão "solicitados esclarecimentos do fato, que deverá ficar sob responsabilidade da Corregedoria Geral de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará".
Uma equipe da SJDH atuará no apoio psicológico, assistencial e jurídico aos familiares das vítimas. Uma equipe do Centro Estadual de Apoio a Vítimas de Violência (Ceav) irá se deslocar para o município cearense. 
As vítimas eram o empresário João Batista de Sousa Magalhães, 46 anos, o filho Vinícius de Sousa Magalhães, 14 anos, a irmã de João Batista identificada como Cleoneide, o cunhado Cícero Bertolino e o sobrinho Gustavo. João Batista era dono de uma loja de informática em Serra Talhada (PE) e tinha saído com o filho Vinícios até o aeroporto de Juazeiro do Norte para buscar a irmã, o cunhado e o sobrinho que desembarcaram de um voo vindo de São Paulo. No caminho de volta, o carro da família teve que parar por conta de um caminhão que bloqueava a pista e foram sequestrados pelos suspeitos. 
Em um outro carro, seguiam um pai e dois filhos da cidade de Porteiras (CE) que também foram feitos reféns e Francisca S., de 49 anos, acabou sendo baleada e morta.
Buscas continuam
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará informou que o grupo fortemente armado chegou à cidade durante a madrugada e seguiu para o Centro, onde tentaram assaltar duas agências bancárias. Doze pessoas morreram, seis reféns e seis suspeitos do assalto. Houve confronto entre suspeitos e policiais de equipes do Grupo de Ações Táticas Especial (Gate), do Comando Tático Rural (Cotar), da Força Tática (FT) e do Batalhão de Divisas da PMCE e da delegacia de Brejo Santo.

 

 

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