A estudante universitária curraisnovense Zaira Dantas Silveira Cruz,
22 anos, foi morta por estrangulamento em golpe conhecido popularmente
como “gravata” ou “mata-leão” e há indícios de que ela também tenha
sofrido violência sexual. A informação foi confirmada nesta sexta-feira
(15) pelo delegado Leonardo Germano, responsável pela investigação da
morte da estudante, em 2 de março deste ano, durante o carnaval na
cidade de Caicó, localizada a 282 quilômetros de Natal. De acordo com
Germano, a polícia aguarda laudos conclusivos do Itep para confirmar se
houve estupro antes do assassinato.
O sargento da Polícia Militar Pedro Inácio de Maria foi preso na
manhã desta sexta-feira em operação da Polícia Civil realizada na cidade
de Currais Novos, a 180 quilômetros de Natal, também na Região Seridó.
Ele é apontado pela polícia como o principal suspeito de participação na
morte de Zaira. O PM foi detido durante a madrugada na casa dele. O
mandado de prisão preventiva foi expedido pela 3ª Vara de Caicó. O
policial foi transferido para a capital do Rio Grande do Norte, onde
passou por exames de corpo de delito no Itep e está detido no Comando
Geral da Polícia Militar, no bairro Tirol.
Morte violenta
De acordo com a Polícia Civil, todas as investigações apontam o PM
como principal suspeito do crime. Segundo o delegado Leonardo Germano,
Pedro e Zaira deram carona a amigas dela até o bairro Paraíba, em Caicó
por volta das 2h14 do sábado (2) e o veículo dele chegou ao
estacionamento da sede do bloco onde ele estava hospedado às 3h18. “Há
indícios de que Zaira foi morta nesse intervalo de tempo”, explicou
Germano. “A estudante foi encontrada sem vida no banco de passageiro e
segundo os exames do Itep, ela morreu após ter sofrido asfixia mecânica,
através de estrangulamento, que teria sido praticado pelo suspeito”,
ressaltou o delegado regional da 3ªDRPC de Caicó, Ricardo Brito.
O diretor do Instituto Técnico e Científico de Perícia (Itep-RN),
Marcos Brandão, afirmou que a estudante foi vítima de uma morte cruel.
“A estudante apresentava lesões no cérebro, nos olhos e pulmões. Além
disso, dedos e lábios cianóticos (roxos). Essas características são bem
contundentes para asfixia mecânica por estrangulamento, o que
materializa o crime de homicídio”, esclareceu Brandão. Ele também
informou que Zaira também apresentava lesão no braço direito, uma
fratura no dente e uma marca de sapato na perna.
Quem encontrou Zaira morta
A estudante Zaira Cruz foi vista durante a madrugada de sábado
deitada de bruços dentro do carro de Pedro por quatro homens que estavam
na casa. “Eles a viram e presumiram que ela estava dormindo. Pela
manhã, o sargento Pedro Inácio foi o primeiro a se aproximar do veículo,
tentou manter contato com ela e disse acreditar que estava dormindo.
Por volta das 9h, o Samu foi acionado e ao chegar no local, foi
percebido que ela estava morta há bastante tempo”, explicou Leonardo
Germano.
O delegado afirma que é pouco provável a participação de outras
pessoas no crime. “Ouvimos dezenas de pessoas com bateria intensa de
oitivas. Mas não foram apenas as informações colhidas nos depoimentos,
mas sim uma série de elementos que levaram a suspeita da autoria do
homicídio”, destacou Germano.
Como era a relação de Pedro e Zaira
A Polícia Civil informou com base em depoimentos de familiares e
amigos que Pedro e Zaira se conheciam e eram amigos há alguns anos. “Há
pelo menos alguns meses eles mantinham um relacionamento informal,
esporádico, comum entre dois jovens solteiros. Eles se encontraram
casualmente na sexta-feira de carnaval em Caicó e decidiram ficar”,
disse o delegado Leonardo Germano.
Sobre a motivação do crime, o delegado afirma que ainda está em
sigilo. “Não há ainda a conclusão para a motivação. Temos a dinâmica dos
fatos, foi entre 2h e 3h que o homicídio foi cometido possivelmente
precedido de estupro”, explicou Germano.
Com informações do OP9
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