Vatican Media / Reuters
O papa Francisco enviou nesta
quarta-feira (6) uma mensagem ao Brasil, pedindo que os políticos
coloquem o "bem comum" na frente dos "interesses privados", sem se
"intimidarem pelos grandes poderes financeiros e midiáticos".
A mensagem foi enviada por ocasião da abertura da Campanha da
Fraternidade, evento promovido anualmente pela Igreja Católica no Brasil
através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no período
da Quaresma.
Nesta edição, o tema é "Fraternidade e políticas públicas".
A
mensagem foi lida na cerimônia de abertura da Campanha da
Fraternidade, que ocorreu na sede provisória da CNBB no Distrito
Federal, com o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da
entidade, Dom Leonardo Steiner.
Na carta, Francisco pede que todos, políticos e civis, atuem para
promover o bem-estar social e as políticas públicas. "Com o início da
Quaresma, somos convidados a nos preparar, através das práticas
penitenciais do jejum, da esmola e da oração, para a celebração da
vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte.
Para inspirar,
iluminar e integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal
e comunitário em direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade
propõe aos cristãos brasileiros o horizonte das "políticas públicas",
disse o Papa.
"Muito embora aquilo que se entende por política
pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja
finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e
instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que
promovam 'o conjunto das condições de vida social que permitem aos
indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a
própria perfeição'", ressaltou.
Segundo Francisco, "os cristãos
devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma
concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura
fraterna baseada no direito e na justiça". No entanto, o Papa pediu uma
postura mais incisiva dos políticos.
"De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política - à
que os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma 'nobre
forma de caridade' - requer-se que vivam 'com paixão o seu serviço aos
povos, vibrando com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura,
solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que
anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixando
intimidar pelos grandes poderes financeiros e mediáticos, sendo
competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a
ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça
com a misericórdia e a reconciliação", recomendou.
Com informações da (ANSA)
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