O ex-presidente Michel Temer, preso na última quinta-feira (21), foi
solto nesta segunda (25) após decisão do juiz federal Ivan Athié, do
Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Temer deixou a sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio de
Janeiro por volta das 18h40 e seguiu para o Aeroporto Santos Dumont, no
centro do Rio, de onde decolou em um avião particular com destino a São
Paulo.
O ex-presidente chegou em sua casa, na Zona Oeste da cidade, pouco antes das 22h.
Habeas corpus
Athié
acatou pedidos de habeas corpus que beneficiam, além do ex-presidente,
seis outros presos na Operação Descontaminação: Moreira Franco,
ex-ministro de Temer e ex-governador do Rio, o coronel João Baptista
Lima Filho e sua esposa, a arquiteta Maria Rita Fratezi, Carlos Alberto
Costa (sócio do coronel Lima) e o filho Carlos Alberto Costa Filho, e
Vanderlei de Natale, dono de uma empreiteira envolvida no suposto
esquema de corrupção.
A revogação da prisão preventiva é liminar -ainda pode cair, caso o corpo de juízes assim determine.
Athié
afirma que se decidiu pela liberdade dos suspeitos preventivamente
presos no fim de semana. "No recesso do lar, pude examinar com o cuidado
devido as alegações, a decisão combatida, os documentos que fazem parte
dos processos."
Fez questão de ressaltar que não é contra a Lava
Jato, a operação que gerou os mandados de prisão expedidos por seu juiz
responsável no Rio, Marcelo Bretas, contra Temer e os outros.
"Ao contrário, também quero ver nosso país livre da corrupção que o
assola. Todavia, sem observância das garantias constitucionais,
asseguradas a todos, inclusive aos que a renegam aos outros, com
violação de regras não há legitimidade no combate a essa praga."
O
ex-presidente foi encarcerado numa sala da Polícia Federal 79 dias após
deixar a Presidência. Temer é o segundo presidente do Brasil a ser
preso após investigação na esfera penal -o primeiro foi Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), em abril de 2018.
Temer, 78, é acusado de chefiar uma organização criminosa que
desviava recursos das obras da usina nuclear de Angra 3. O Ministério
Público Federal afirmou que chega a R$ 1,8 bilhão o montante de propinas
solicitadas, pagas ou desviadas pelo grupo de Temer, que age há 40
anos, segundo a Procuradoria. O ex-presidente nega.
Com informações de CATIA SEABRA - RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
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