O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) julgou
improcedente a ação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
que pedia a cassação do mandato da senadora Zenaide Maia (PROS). Na
ação, o partido reiterava que, entre outras infrações, Zenaide ocultou
gastos da ordem de R$ 519 mil de uma de suas prestações de contas. Logo
após a decisão do TRE, a defesa do PSDB confirmou que vai recorrer ao
TSE.
Eleita com
mais de 660 mil votos nas eleições de 2018, Zenaide teve as contas
reprovadas pela Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte. Com base na
decisão e em um parecer do Ministério Público, o PSDB conclui que houve
uma “verdadeira confusão” nas contas de campanha da senadora – o que
acabou resultando em uma série de infrações à lei.
A
principal infração da campanha de Zenaide teria sido a omissão de
despesas na prestação de contas parcial, entregue em agosto de 2018 – no
meio da campanha. Os tucanos alegam que uma “série de despesas” foi
realizada antes da entrega da prestação de contas parcial, mas os gastos
não foram informados à Justiça Eleitoral à época, sendo contabilizados
apenas posteriormente.
O PSDB –
que teve como candidato ao Senado Geraldo Melo, que terminou em 3º lugar
– pede a cassação do mandato de Zenaide por entender que a conduta foi
“gravíssima”. O partido registra que praticamente toda a receita da
campanha de Zenaide foi composta por recursos públicos. Segundo a
prestação de contas oficial da senadora, dos pouco mais de R$ 1 milhão
arrecadados, R$ 900 mil foram provenientes dos fundos partidário e de
campanha.
OUTRAS INFRAÇÕES
Em suas
alegações finais, o PSDB aponta ainda outras infrações que teriam sido
cometidas pela campanha de Zenaide Maia ao Senado.
Uma das
irregularidades, lista o partido, foi o recebimento, pela campanha de
Zenaide, de uma doação em cheque acima do valor máximo permitido por
lei: R$ 1.064,00. O cheque, no valor de R$ 11 mil, foi depositado pelo
marido da senadora, Jaime Calado, atual secretário de Desenvolvimento
Econômico do Governo do Estado.
Além
disso, a campanha de Zenaide recebeu três depósitos não identificados,
no valor total de R$ 1,5 mil. Para corrigir o problema, a contabilidade
devolveu os recursos, mas a ação não convenceu ao PSDB. “Não há como se
certificar que os respectivos beneficiários das devoluções eram os
verdadeiros doadores. E se o dinheiro fosse advindo de uma fonte vedada,
como uma empresa, por exemplo?”, acrescenta o partido.
“O que se
discute, aqui, não são os tamanhos das doações e arrecadações, mas a
quantidade e a qualidade de infrações, que resultam numa total falta de
transparência das contas”, diz o PSDB, ainda, nas alegações finais.
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