Conversas via
aplicativo de mensagens Telegram entre o atual ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador da República Deltan
Dallagnol sugerem que os dois tinham "discussões internas e atitudes
altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da
força-tarefa da Lava Jato".
A troca
de mensagens entre Moro e Dallagnol foi publicada em reportagens do site
Intercept Brasil. Segundo o veículo, a conversa foi enviada por uma
fonte anônima "bem antes da notícia da invasão do celular do ministro
Moro".
De acordo
com as conversas divulgadas, Dallagnol conversava com Moro sobre
apreciação de denúncias da Lava Jato com urgência, com intuito de
agilizar prisão de investigados. "Estamos com outra denúncia a ponto de
sair, e pediremos prisão com base em fundamentos adicionais na cota.
Seria possível apreciar hoje?”.
Essa
teria sido uma das mensagens enviadas pelo procurador a Moro, que no
momento era responsável por julgar os casos da Lava Jato da 13ª Vara
Federal de Curitiba, em 16 de outubro de 2015.
A
conversa com Moro surgiu, ainda conforme as mensagens vazadas pelo site,
após uma notícia sobre a soltura de que Alexandrino Alencar, ex-diretor
da Odebrecht, ser enviada em um grupo de procuradores da Lava Jato de
Curitiba.
O MPF
(Ministério Público Federal) publicou nota, à noite, e enfatizou que
"procuradores mostram tranquilidade quanto à legitimidade da atuação,
mas revelam preocupação com segurança pessoal e com falsificação e
deturpação do significado de mensagens".
Os
procuradores ainda creditaram o vazamento à "ação vil de hacker que
invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para
comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a
subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe
exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas
cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de
trabalho".
Fonte: Correio do povo/UOL
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