O Ministério Público Federal
(MPF) recorreu, junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5),
no Recife, da decisão que negou o pedido feito pelas Procuradorias dos
nove Estados do Nordeste para obrigar o governo federal a acionar, em 24
horas, em toda a costa da região, o Plano Nacional de Contingência para
Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC).
Segundo o Ministério Público Federal, ao contrário do que alega a
União, tal plano não teria sido colocado em prática.
No recurso, são listados dez pontos que indicam que o PNC ainda não
foi acionado, nos moldes da legislação, para combater as consequências
do derramamento de óleo. O documento é assinado por procuradores dos
nove Estados do Nordeste. Segundo eles, um dos pontos que indicaria que o
PNC não foi acionado seria o não reconhecimento formal da
"significância nacional do desastre ambiental", como prevê o protocolo.
A
Procuradoria diz que tal ação é fundamental para "permitir a atuação
coordenada de órgãos da administração pública e entidades públicas e
privadas para ampliar a capacidade de resposta (...), e minimizar danos
ambientais e evitar prejuízos para a saúde pública". "O PNC não foi
acionado, muito menos implementado no País de acordo com a legislação e
com a base científica que o fundamenta. Para além do desastre ambiental,
tivemos o desastre de gestão da União que, até este momento, insiste em
não fazer o que precisa ser feito", disse o procurador da República
Ramiro Rockenbach, nesta segunda-feira, 28, no MPF em Sergipe.
As
Procuradorias da região haviam se reunido para ajuizar, no dia 18, uma
ação civil pública na qual alegavam que a União se mantinha "omissa,
inerte, ineficiente e ineficaz" mesmo com a "extrema gravidade" do
derramamento. O recurso reforça os pedidos para que a União seja
obrigada a acionar em 24 horas o Plano Nacional de Contingência. O texto
solicita ainda que um representante de cada órgão estadual de Meio
Ambiente do Nordeste integre o comitê de suporte ao plano e cada um dos
Estados tenha autonomia para fiscalizar as medidas.
Improviso
Também
procuradora da República, Lívia Tinôco diz que o plano oferece um
modelo de gerenciamento de crise. "O que estamos passando como impacto
desse dano é uma crise grande, não precisamos e não devemos atuar na
base do improviso. Precisamos de uma uniformização se deve ter o uso
público das praias, porque tem estado proibindo e outros não declaram se
há praias impróprias." Lívia afirma ainda que é necessário estabelecer
um padrão para a limpeza do litoral.
A reportagem entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente.
Quando a ação foi ajuizada, a pasta afirmou que "as medidas do PNC e do
Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) já estão em pleno
funcionamento, com mais de 1.000 homens, helicópteros, aviões e barcos,
tudo empregado nas operações de retirada de óleo venezuelano das praias
do Nordeste, desde o início de setembro."
As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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