Benes e Castello Branco | Foto: Divulgação
O deputado federal Benes Leocádio (Republicanos) presidiu, nesta
terça-feira (8), audiência pública na Comissão de Minas e Energia da
Câmara dos Deputados, onde recebeu o presidente da Petrobras, Roberto
Castello Branco, para debater o ‘Porquê da Petrobras decidir não mais
investir no Nordeste’. Ao parlamentar potiguar, o presidente da
Petrobras apresentou relatório técnico e assegurou que não fechará a
operação no Rio Grande do Norte, mas apenas está priorizando
investimentos da estatal para exploração dos campos de pré-sal e
incentivando à criação de uma nova indústria petrolífera com entrada de
“novos atores”, referindo-se às companhias privadas que estão adquirindo
os campos terrestres maduros potiguares leiloados.
“Deputado Benes, entendemos a sua preocupação com o Rio Grande do
Norte. Mas acho que estão distorcendo a realidade. É questão de mercado.
A natureza infelizmente prejudicou o Nordeste. E a Petrobras está
priorizando o investimento nos campos de pré-sal, que apresentam maiores
resultados. Os campos maduros serão mantidos pelas empresas que
ganharam nos leilões e a Petrobras vai manter a exploração dos campos
marítimos no Rio Grande do Norte”, destacou o presidente da Petrobras,
negando que haverá “desmonte” da companhia no RN. “Desmonte fizeram com a
Petrobras antes com a corrupção. Agora estamos construindo uma nova
Petrobras”, declarou Castello Branco.
O deputado Benes Leocádio solicitou ao presidente da Petrobras
atenção especial com o cenário da economia potiguar e destacou o
potencial histórico do Estado na produção de barris de petróleo bem como
geração de energia limpa. “Entendemos a explicação técnica dos
investimentos, mas ficamos mais tranquilos em obter garantias de que a
Petrobras manterá as operações de exploração no mar e vai incentivar à
criação de uma nova indústria formada pelos pequenos e médios produtores
privados no RN. Nós vamos fiscalizar e acompanhar com atenção este
tema”, destacou Benes.
Ainda quando questionado pelo deputado Benes Leocádio, o presidente
da Petrobras considerou a terceirização dos poços terrestres um “fato
histórico no Brasil”. “Estamos vendendo 183 campos que envelheceram. E
incentivando uma nova indústria no Nordeste. Vamos concentrar esforço em
outras áreas. E ainda bem que existem empresas que têm foco em campos
maduros, com tecnologia e expertise. Agora vem a entrada de novos atores
no apoio aos mercados locais no Rio Grande do Norte e Bahia. E a nós
caberá concentrar no pré-sal”, concluiu Roberto Castello Branco.
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