
Comemora-se o Dia da Bandeira, no Brasil, em 19 de novembro. Essa comemoração remete à atmosfera da instituição da República em
nosso país, no ano de 1889. A República foi proclamada em 15 de
novembro desse ano, e a nova bandeira, tal como a conhecemos hoje, foi
concebida no dia 19 por Raimundo Teixeira Mendes.
A bandeira
é um dos símbolos máximos de uma nação, aquele que mais fica em
evidência, que representa efetivamente o país. Essa importância explica,
em grande parte, a urgência dos republicanos em reformularem a bandeira
nacional.
A bandeira antiga representava o Império,
trazendo em seu centro um brasão com a imagem da coroa e da cruz,
símbolos que se tornaram indesejáveis para os republicanos, já que o
presidencialismo e a laicidade eram características patentes do novo
regime instituído. Entretanto, mesmo rejeitando o brasão imperial,
Teixeira Mendes e seus auxiliares (Miguel de Lemos, Manuel Reis e Décio Villares) tomaram o fundo verde e o losango dourado da bandeira imperial como base para a nova bandeira.
No
lugar do brasão, foi colocado um círculo azul marcado com as estrelas
que seriam as mesmas do céu do Rio de Janeiro na noite de 15 de novembro
de 1889 (essas estrelas seriam associadas posteriormente aos estados da
Federação). Sobre o círculo azul, foi colocada uma faixa branca com a
frase: “Ordem e Progresso”. Essa frase é uma referência ao pensamento do filósofo positivista francês Auguste Comte, cuja influência foi extremamente grande entre os republicanos brasileiros.
As cores
de fundo da bandeira (o amarelo e o verde), por influência de alguns
poetas românticos, também republicanos, e sobretudo por obra dos
políticos que instituíram a República, passaram a se associar unicamente
às características naturais do Brasil, como as florestas frondosas e a
riqueza da flora e da fauna, representadas pelo verde, e as riquezas
minerais, a opulência do ciclo do ouro, representados pela cor amarela.
Essa representação oculta o simbolismo originário dessas cores.
Originariamente,
as cores amarela e verde foram escolhidas para compor a bandeira
imperial com o objetivo de representar as duas casas aristocráticas que
haviam instituído a primeira dinastia brasileira, isto é, a casa dos Habsburgo, da Áustria, e a casa dos Bragança, de Portugal. À primeira, representada pela cor amarela, pertencia a esposa de D. Pedro I, a imperatriz Leopoldina. À segunda, representada pela cor verde, pertencia o imperador, filho de D. João VI. Essas cores foram escolhidas pela própria imperatriz e indicadas àquele que elaborou a bandeira imperial, o pintor Jean-Baptiste Debret.
Essas
transformações simbólicas pelas quais passou nossa bandeira nacional
fazem do dia 19 uma ocasião importante para refletirmos a respeito de
nossa história e da importância dos símbolos na compreensão do passado
de uma nação.
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