Um
morador de rua não identificado teve o atendimento negado pelo Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência do Rio Grande do Norte (Samu
Metropolitano) nesta quarta-feira (20). É o que alega o recepcionista
Bruno José, de 32 anos, que fez o contato com a equipe médica do
serviço. O caso aconteceu na Avenida Maria Amélia, em Emaús, em
Parnamirim.
De acordo com Bruno, ele estava passando pelo local quando visualizou o
homem agonizando de dor na região do abdômen. “Ele estava passando muito
mal, quase desmaiando de dor. A mulher que estava com ele pediu o
telefone emprestado para ligar para o Samu, mas eu disse que poderia
ligar”, contou ao portalnoar.com.br.
Na ligação feita para o número 192, José explicou a situação do homem e
descreveu os sintomas. Foi então, que ele ouviu que o Samu não poderia
encaminhar uma ambulância ao local, pois o caso não seria de urgência. O
fato gerou revolta.
Ainda segundo o denunciante, a médica reguladora, além de não encaminhar
a ambulância para o socorro, ainda se recusou a fornecer seu nome e o
protocolo da ligação. “Ela ainda tentou jogar a responsabilidade para
mim perguntando se eu não tinha como levar o homem para o posto de
saúde”, criticou.
O outro lado
Em nota, o Samu Metropolitano confirmou o caso e descreveu que o quadro
do paciente é de dor lombar identificada há cerca de um mês. O texto
ressaltou que o encaminhamento de socorro médico não foi realizado, pois
“trata-se de um caso de valência social e no momento do chamado não
tínhamos transporte disponível e mesmo que tivesse, não seria caso de
prestar atendimento”.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN) explicou que os casos
de valência social acontecem quando uma pessoa apela ao Samu para
atendimento fora dos procedimentos emergenciais por não ter recursos
para se dirigir a uma unidade hospitalar.
O Samu acrescentou ainda que a médica que atendeu à chamada passou as
orientações necessárias para o atendimento inicial. Contudo, ao ser
informado de que o caso não era passível para envio de ambulância, o
“solicitante a ameaçou com xingamento e palavras de baixo calão”,
enfatizou.
Sem o socorro, o homem acabou sendo levado por outro popular que passava
de carro pelo local para uma unidade de saúde do bairro. No entanto, a
reportagem não conseguiu informações sobre o estado de saúde do paciente
até a publicação desta matéria.
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