Chanceler Ernesto Araújo acompanha desdobramentos das ações dos EUA contra o Irã /Foto: Agência Brasil
O Palácio do Planalto começa, nesta segunda-feira
(6), a avaliar o futuro dos preços dos combustíveis no Brasil, após a
recente disparada da cotação do barril de petróleo no exterior devido à
escalada de tensões no Oriente Médio com as ameaças de um conflito
armado entre EUA e Irã, depois da morte de um comandante militar do país
persa.
Uma reunião foi convocada para nesta segunda-feira, em Brasília, para
avaliar os desdobramentos desse episódio na alta do preço dos
combustíveis, com participação do ministro Bento Albuquerque (Minas e
Energia).
Na última sexta-feira (3), o presidente Jair Bolsonaro conversou com o
presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e voltou a dizer que o
Governo não tem como interferir no preço do combustível, mas apelou
para que os governadores atuem para segurar impostos, caso a alta seja
muito expressiva.
"Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo, vai aumentar em 20%
o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), não dá
para os governadores cederem nisso aí também? Porque todo mundo perde,
quando você mexe em combustível, toda a nossa economia é afetada",
afirmou Bolsonaro, na sexta-feira passada.
Itamaraty
O chanceler brasileiro Ernesto Araújo é outra voz que está sendo
ouvida dentro do Governo Bolsonaro sobre o impacto de um agravamento da
crise entre EUA e Irã.
"O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque,
inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo e apela, uma vez mais,
para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas
formas", declarou o Ministério das Relações Exteriores, em nota.
As preocupações do Governo Bolsonaro com a forte alta do petróleo se
referem aos efeitos negativos nos custos de energia nos índices de
inflação e no ritmo de crescimento da economia brasileira. Um cenário de
turbulências na geopolítica mundial seria negativo à retomada da
confiança.
"O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços
internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos
neste momento", diz o Itamaraty.
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