A esperança do cearense de ter boas chuvas entre os meses de
fevereiro e abril deste ano pode se tornar realidade caso se confirme o
prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), divulgado
nesta terça-feira (21) pelo Governo do Ceará, no Palácio da Abolição. De
acordo com o estudo feito pela instituição, o estado tem 45% de chance de receber chuvas acima da média para o trimestre. Já a probabilidade das precipitações ficarem em torno da média é de 35% e de ficar abaixo da média é de 20%.
Eduardo Sávio, presidente da Funceme, afirma que o prognóstico é mais
otimista do que o do ano anterior. Ele destaca, ainda, que determinadas
regiões devem receber mais chuvas que outras. “Nós temos um cenário
mais favorável ao centro-norte do estado em relação ao sul, onde
poderemos observar categorias em torno da normalidade ou até mesmo em
algumas regiões no extremo sul abaixo da média”, disse Sávio. Mesmo assim, o presidente tranquiliza a população ao explicar que isso é comum. “Temos
que lembrar que anos normais são caracterizados por uma intensa
variabilidade, mas o cenário, em última análise, é muito favorável para o
prognóstico de chuvas esse ano. Os meses iniciais da estação chuvosa
tendem a ficar na categoria acima da média e há uma redução relativa ao
longo da estação”.
Com probabilidade boa de chuvas, cresce a expectativa de que
mananciais importantes para a oferta hídrica recebam bons aportes.
Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos, pondera que, mesmo
com a previsão favorável para a ocorrência de precipitações, é preciso
ter cautela e aguardar.
“Chuva não é garantia de água dentro do reservatório. Para
reservatórios como o Castanhão, Orós e Banabuiú terem uma reserva
representativa, a chuva tem que cair de forma intensa em um curto espaço
de tempo e cair no local certo, para que aquela água possa ser
canalizada para o rio principal e causar o aporte no reservatório”,
explicou Teixeira. O titular da SRH enfatizou que o Ceará já esteve em
situação menos favorável, mas que graças ao trabalho feito, conseguiu
garantir água. “Já chegamos a ficar com 6 ou 7% das reservas
hídricas, que é metade do que temos hoje, pouco mais de 14%. Fazer ações
de monitoramento eficiente do tempo e do clima para saber das nossas
possibilidades de aporte é importante. Uma vez tendo o conhecimento,
gerenciar aquela água com a maior eficiência possível”, comentou o gestor.
Essa capacidade operacional e técnica do Estado foi elogiada por Élcio Batista, secretário-chefe da Casa Civil. “Não
há nenhum estado no Brasil com a competência que tem o Ceará nessa área
dos recursos hídricos. Isso vem sendo construído ao longo dos últimos
30 anos. Talvez seja o setor em que a gente tem uma grande expertise
para apresentar para o mundo em termos de capital humano. A gente pode
ter orgulho dessa gestão de recursos hídricos. São Paulo não aguentou um
ano de seca, o estado mais rico da Federação. O Ceará, praticamente com
sete, oito anos de seca, está sem fazer racionamento em Fortaleza. Isso
é um exemplo a ser seguido e tem a ver com planejamento, que começou lá
atrás e vem sendo perseguido ano a ano”, comemorou Élcio.
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