O jovem de 25 anos que deu entrada no Hospital Giselda Trigueiro, em
Natal, está sofrendo ameaças desde que foi internado por suposta
suspeita de coronavírus na última quarta-feira (12). “Já recebi muitas
ligações e mensagens em grupos me ameaçando. Estou com medo e não sei
para onde vou quando sair do hospital”, revelou Gustavo Pereira ao Agora RN nesta sexta-feira (14).
O jovem segue internado na enfermaria do hospital e a previsão é de
que ele seja liberado ainda nesta sexta. Exames descartaram a
possibilidade de coronavírus.
O caso
Na quarta (12), Gustavo deu entrada no Giselda Trigueiro com suposta
suspeita de coronavírus. Segundo o jovem, em nenhum momento foi relatado
aos médicos a suspeita da doença. Ele disse que, durante consulta de
rotina com o seu hematologista em um hospital particular, relatou
sintomas gripais e um sangramento nasal. De acordo com Gustavo, após
esse relato, o médico perguntou se ele tinha tido contato com chineses.
O jovem declarou que sim e que, depois disso, o médico que o atendeu
“deduziu” se tratar de um caso suspeito de coronavírus e o encaminhou
para o Giselda Trigueiro.
Em entrevista coletiva nesta sexta (14), representantes da Secretaria
de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) confirmaram que o
jovem, que tem leucemia mieloide crônica, foi ao Giselda Trigueiro após
supostamente ter recebido encaminhamento de um hematologista. Ele
relatava sintomas gripais e disse ter tido contato com chineses em
janeiro na Praia de Pipa, em Tibau do Sul.
De acordo com o infectologista André Prudente, diretor-geral do
Giselda Trigueiro, o jovem – que não teve a identidade revelada
oficialmente pela Sesap – teve apenas um agravo respiratório. O médico
teme, contudo, que o jovem sofra agressões em sua cidade, Baía Formosa,
no litoral sul potiguar, em função da repercussão do caso.
Investigação
De acordo com o secretário de Saúde, Cipriano Maia, o caso será
encaminhado para análise da Polícia Civil, para possível abertura de
investigação. A Sesap vai pedir que seja apurada eventual falsa
comunicação no atendimento médico, já que são frágeis as evidências de
que realmente o jovem tenha encontrado chineses.
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