Essa expectativa foi apontada pelo meteorologista da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do RN, Emparn, Gilmar Bristot. Ele foi o
palestrante do encontro “Condições de Chuvas para 2020 no Seridó
Potiguar”, que aconteceu na manhã de quinta-feira (05) no auditório da
Câmara Municipal de Vereadores de Jardim do Seridó. Neste evento o
Comitê da Bacia Hidrográfica dos rios Piancó-Piranhas-Açu esteve
representado pelo segundo secretário, Procópio Lucena, e pelo
coordenador do Centro de Apoio ao CBH PPA, Emídio Gonçalves.
“Estamos no princípio do período chuvoso com as boas chuvas caídas em
Janeiro, Fevereiro e no início de Março. Alguns pequenos reservatórios
da região já estão com a capacidade máxima e estamos com expectativa de
que, com as boas condições que os oceanos estão entregando para a
atmosfera – Oceano Pacífico frio e Oceano Atlântico Norte quente –
teremos boas chuvas nos meses de Março, Abril e Maio aqui na região”,
explicou o meteorologista.
De acordo com o que foi apresentado na palestra, as precipitações devem ficar entre 800 e 1200 milímetros. “Vai
depender da região do Estado, mas esperamos que as precipitações fiquem
numa média entre 800 e 1200 milímetros. Aqui para o Seridó,
principalmente na parte ocidental que engloba Caicó e municípios
vizinhos, estamos esperando entre 850 e 900 milímetros de chuvas. Já na
parte oriental, que engloba Parelhas, Jardim do Seridó, Currais Novos e
outros municípios, aguardamos entre 800 e 850 mm”, disse Gilmar Bristot.
Para ele, uma condições específica pode adiantar a possibilidade de boas chuvas também em 2021. “Existe
uma forte tendência de que em 2021 nós tenhamos o efeito La Ninã
acontecendo no Oceano Pacífico. Caso isso realmente aconteça, seria uma
continuidade de chuvas boas aqui para a região Nordeste do Brasil. Por
enquanto, em 2020, existe um fator que tem prejudicado as chuvas no Sul
do País, sobretudo no Rio Grande do Sul. O aquecimento do Pacífico Sul
está bloqueando as chuvas por lá e tem dificultado bastante”.
Sobre a possibilidade de chuvas muito fortes com possibilidades de
inundações aqui no RN, como é o caso de estados da região Sudeste como
São Paulo, Gilmar Bristot, entende que “os mecanismos que fazem
chuva na região Sul ou Sudeste são diferente daqui. Aqui nós
dependemos da formatação da Zona de Convergência. Caso ela fique bem
ancorada podemos ter chuvas bem fortes como já tivemos em Mossoró, por
exemplo. Porém, nós não acreditamos em chuva em excesso que possa
trazer grandes inundações aqui no RN, como já aconteceu em 2008 e 2009“, justificou Gilmar. Contudo, Bristot, fez questão de reforçar os cuidados em dias de chuvas fortes. “No
interior do Estado é normal ter a formação de nuvens com ocorrências
de trovoadas e descargas elétricas. Quando isso acontece, alimentado
com o calor da região, aí temos a formação dessas nuvens carregadas.
Por isso, é preciso não ficar embaixo de árvores, longe da rede
elétrica e ficar abrigado em casa ou dentro de automóveis”, finalizou.
*Com informações de Sidney Silva
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