Com 63 casos confirmados de coronavírus e 166 casos suspeitos (dados
desta quarta-feira, 8/4), Mossoró poderá se tornar em breve o epicentro
da pandemia da doença no Estado do Rio Grande do Norte. A análise da
evolução da doença e, principalmente, o comportamento da população,
apontam nesse sentido. Além disso, a fragilidade das barreiras
sanitárias na divisa com o Estado do Ceará (onde a pandemia cresce
descontroladamente) também poderá contribuir para o cenário preocupante
que se desenha.
Mossoró concentra 45.5% dos casos de óbitos provocados pela Covid-19.
São 5 dos 11 registros em todo o solo potiguar. Enquanto Natal, com
população de quase 900 mil pessoas tem apenas 3 casos, Mossoró, com
pouco mais de 300 mil, tem quase o dobro de mortes.
Um dos aspectos mais preocupantes e que contribuem de forma muito
decisiva para a proliferação da doença é o comportamento da população em
relação às medidas de prevenção. No estágio atual, em que o isolamento
social aparece como a única medida capaz de minimizar o avanço do
coronavírus, grande parte dos mossoroenses segue fazendo justamente o
contrário.
Mesmo com medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas pelo
Governo do Estado e pela prefeitura de Mossoró, uma parcela
significativa dos moradores da cidade segue agindo como se tudo
estivesse normal. Há dias que se verifica aglomeração de pessoas em
determinados pontos do centro comercial do município, em especial em
bancos. Mesmo com as lojas estando fechadas, o movimento de veículos e
pessoas no Centro assusta.
Hoje, os mossoroenses foram às ruas com gosto, sem medo ou precaução.
O Portal do RN constatou aglomeração de pessoas na delegacia da Receita
Federal (RF), na Caixa Econômica Federal e nas feiras livres onde se
comercializam peixes. Embora algumas das pessoas presentes nas filas
existentes nesses locais tenham sido vistas usando máscaras de proteção,
na esmagadora maioria das situações, não houve respeito à distância
mínima entre as pessoas, condição essencial para evitar a contaminação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 85% das infecções
respiratórias são transmitidas a menos de um metro e meio de distância e
que grandes massas humanas estão mais vulneráveis. Pelo relato aqui
posto e conforme mostram as imagens e vídeos que acompanham essa
matéria, os mossoroenses seguem com comportamento que pode contribuir
para que a ocorrência de novos casos de coronavírus na cidade se dê de
forma descontrolada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário