Um vídeo divulgado mostra o momento em que policiais encontram
dinheiro escondido dentro da casa do agora ex-secretário adjunto de
saúde do Pará, Peter Cassol. O então secretário adjunto da gestão
administrativa da Saúde do Pará foi exonerado nesta quarta-feira
(17), após a deflagração da operação da Polícia Federal que buscou
apurar suspeitas de fraudes na compra de respiradores pulmonares pelo
estado para o combate ao novo coronavírus.
Foram apreendidos R$ 750 mil na casa de Peter Cassol, um dos alvos
dos mandados de busca e apreensão. De acordo com o vídeo, uma parte do
dinheiro estava escondido em um vão no teto da casa.
O mandado foi expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) com
base em pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). O governador do
estado, Helder Barbalho (MDB) e o presidente do Conselho Nacional dos
Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, também foram alvos de
mandados de busca.
Na operação, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão no Pará
e em outros seis estados. Sócios da empresa investigada e servidores
públicos estaduais também estão entre os alvos. Também foram bloqueados
R$ 25,2 milhões do governador e de outros sete investigados. O valor é
referente ao que foi gasto com a aquisição dos respiradores que acabaram
não tendo uso. Os crimes sob investigação são de fraude à licitação,
falsidade documental e ideológica, corrupção ativa, prevaricação e
lavagem de dinheiro.
O governo do Pará chegou a tentar retirar da Polícia Federal a
investigação sobre a fraude. Logo após deflagração de operação que
prendeu empresários no mês passado, o Governo do Estado enviou à Justiça
Federal um recurso solicitando que todo o caso fosse transferido para a
Polícia Civil do Pará. A alegação era de que o governo local havia
comprado os equipamentos com recursos próprios. Em um primeiro momento, a
Justiça Federal concedeu liminar a favor do governo local, mas a
decisão foi revista, e o caso prosseguiu sob os cuidados da PF.
Nas redes sociais, o governador afirmou que está "tranquilo e à
disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário" e que
agiu a tempo de "evitar danos ao erário público, já que os recursos
foram devolvidos aos cofres do estado".
Ele também declarou que determinou o bloqueio do pagamento de outros
equipamentos à empresa investigada e que o governo entrou na justiça
pedindo uma indenização por danos morais coletivos contra os
fornecedores. Por fim, o governador ressalta que não é amigo do
empresário e que não sabia que os respiradores não funcionariam.
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