Reprodução da CCN
A Polícia Federal prendeu a ativista Sara Winter, em uma operação
realizada na manhã desta segunda-feira (15) em Brasília. Sara é líder do
movimento chamado "300 do Brasil", que esteve acampado em Brasília em
apoio a Bolsonaro e foi removido no fim da última semana, por determinação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
O pedido de prisão, aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Alexandre de Moraes, foi feito pela Procuradoria-Geral da
República (PGR), que investiga ações antidemocráticas.
Os agentes da PF estão na rua para cumprir cinco mandados de prisão
contra outros integrantes do grupo “300 do Brasil”. De acordo com
informações do analista de política da CNN, Igor Gadelha, Sara Winter foi levada para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Winter também está entre os investigados pela Polícia Federal
no inquérito que apura fake news e ataques a ministros do STF, do qual
Moraes é relator na Corte. No dia, 27 de maio, ela afirmou, por meio do
perfil que mantém no Twitter, que os agentes da PF estiveram na casa
dela.
Na ocasião, a militante chamou o ministro do STF Alexandres de Moares
de covarde e disse que ele não a calaria. “Levaram meu celular e
notebook. Estou praticamente incomunicável”, escreveu na conta que
mantém na rede social.
A prisão da ativista também foi confirmada nas redes sociais pelo
"300 do Brasil". Em mensagem no Instagram, o grupo escreveu: "Sara
Winter acaba de ser presa pela Polícia Federal".
A conta de Sara Winter no Twitter publicou uma mensagem pouco mais de
uma hora depois que ela foi presa. O texto que ironiza o inquérito que
apura as ações antidemocráticas.
“Sara Winter foi presa por conta de uma investigação sobre
financiamento de protestos antidemocráticos. Isso mesmo, as
manifestações onde idosos, crianças, deficientes, mulheres participavam
em apoio ao PR @jairbolsonaro é a tal manifestação 'antidemocrática'”,
diz o texto, assinado por alguém que se identificou como "Adm"
[administrador] da conta.
Invasão do Congresso
No sábado (13), Sara divulgou imagens de uma tentativa de invasão ao Congresso Nacional por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que foi à área externa do Congresso.
Também no sábado, ela postou nas redes sociais que a Polícia Militar do Distrito Federal, junto com a Secretaria de Segurança, desmontou o acampamento montado pelos apoiadores na Esplanada dos Ministérios.
Winter, que é ex-assessora de confiança da ministra da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, protestou no Twitter.
"Hoje às 6 (horas) da manhã a PMDF junto à Secretaria de Segurança
desmantelou baixo (sic) gás de pimenta e agressões. Barracas, geradores,
tendas, tudo tomado à força! A militância bolsonarista foi destruída
hoje. Presidente, reaja!"
Expulsão do DEM
No começo de junho, o presidente nacional do Democratas e prefeito de Salvador, ACM Neto, assinou a expulsão de Sara Winter do partido.
ACM utilizou o código de ética e o estatuto do partido para assinar a
expulsão sumária de Sara Winter, que era filiada ao diretório do DEM no
Rio de Janeiro.
Reação de Carla Zambelli
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), também investigada no inquérito do STF sobre notícias falsas,
divulgou uma nota em que critica a prisão de Sara Winter, apesar de
ressaltar que tinha sugerido à ativista que “baixasse a temperatura” dos
protestos.
“Ela [Sara] fez o contrário, aumentou a temperatura e tem uma
personalidade explosiva, mas nem de longe é uma pessoa perigosa. Estamos
em tensão constante, pois membros do STF vem invadindo os poderes
Executivo e Legislativo”, afirmou Zambelli.
A deputada questiona se não seria possível adotar outras medidas
contra a ativista e outros membros de seu grupo de manifestantes. “Zé
Rainha, se tivesse feito o mesmo, estaria preso?”, questionou Zambelli,
em referência ao ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST).
(Com informações de João Vianey Bentes e Rudá Moreira. Edição: Sinara Peixoto)
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