O respirador é a peça chave no tratamento da Covid-19, e seu alto
custo dificulta o acesso pelos hospitais públicos. Atualmente,
respiradores chegam a ser comercializados por até R$ 153 mil, sendo que
este equipamento é considerado “o coração” dos leitos de terapia
intensiva.
O vírus penetra as vias respiratórias superiores, se aloja em uma
célula de mucosa e, a partir disso, ele consegue se multiplicar e
infectar a pessoa. Os primeiros sintomas, são coriza e dor de garganta,
até que ele desce, pela mucosa nasal, passa pela laringe, faringe,
traquéia e consegue atingir os pulmões.
Ali, o vírus se espalha pelo órgão e causa uma grande inflamação,
dificultando a respiração. O respirador entra como uma maneira de forçar
a troca gasosa.
A decisão sobre qual paciente vai ter acesso aos respiradores, ou
“ventiladores”, é uma questão bioética que os médicos vêm enfrentando
diariamente, uma vez que não há equipamento disponível para todos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil conta com 68 mil
respiradores para toda população. O desafio da indústria é conseguir
produzir aparelhos a baixo custo, e é exatamente isso que vem fazendo
uma empresa de Belo Horizonte, Minas Gerais.
O respirador desenvolvido por uma equipe de quarenta profissionais da
TACOM, empresa de engenharia brasileira, pode custar até 85% mais
barato do que um importado.
“Durante trinta dias a gente conseguiu sair de uma ideia e conseguiu
chegar nesse respirador completo. Ele foi desenhado e focado para as
funcionalidades no ambiente de Covid-19. Toda a interface foi trabalhada
para que fosse o mais simples de se operacionar possível”, conta Marco
Antônio Tonussi, sócio-proprietário da TACOM.
O Brasil possui apenas quatro fábricas de respiradores. Ao perceber
esse défice, Marco Antônio colocou como objetivo desenvolver um
respirador que chegasse a tempo para salvar vidas nesta pandemia, que já
matou mais de 36 mil brasileiros. Os equipamentos desenvolvidos em
Minas Gerais vão ser destinados aos estados mais afetados do Brasil.
“Isso mostrou, na realidade, para o país que ele tem capacidade de
desenvolver tecnologia nessa área, e de forma bastante rápida”, afirma
Marco Antônio.
CNN BRASIL
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