O
uso de ivermectina ou de qualquer outro fármaco para prevenir a infecção
provocada pelo novo coronavírus (Covid-19) não tem a aprovação de
médicos e professores do Departamento de Infectologia (DINF), da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Após reunião
plenária, o departamento esclareceu, por meio de um documento,
que "até o momento não há dados na literatura que justifiquem o uso de
qualquer fármaco para evitar a infecção pelo SARS-CoV-2, ou ainda, que
possa impactar na gravidade da doença antes que ela se estabeleça, como
por exemplo a ivermectina".
O documento afirma que não foi identificado nenhum ensaio clínico em
humanos relacionado ao uso da ivermectina para o tratamento da Covid-19.
Em junho, a Secretaria
de Saúde de Natal (SMS), publicou um novo protocolo para orientar
médicos e profissionais de saúde em geral sobre o atendimento a
pacientes com Covid-19. O documento, aprovado pelo
secretário de Saúde, George Antunes, e pelo prefeito Álvaro Dias, indica
especialmente a ivermectina como medida de prevenção.
O protocolo recomenda ainda o uso de medicamentos como a
hidroxicloroquina até para pacientes com sintomas iniciais da doença. O
DINF também desaprova o uso do fármaco e explicou que aguarda
publicações científicas que justifiquem a intervenção do medicamento.
"Este ponto tem sido contemplado por ensaios clínicos randomizados e os
resultados até agora apontam para ineficácia desta medida, como por
exemplo, o uso da hidroxicloroquina para este objetivo", diz o
documento.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é forte defensor da
hidroxicloroquina para o tratamento da infecção. Diagnosticado com a
doença no começo da semana, Bolsonaro
publicou nas redes sociais que "está muito bem" e atribuiu a ausência
de sintomas mais graves da doença ao uso da droga.
“Aos que torcem contra a hidroxicloroquina, mas não apresentam
alternativas, lamento informar que estou muito bem com seu uso e, com a
graça de Deus, viverei ainda por muito tempo”, escreveu o presidente.
Sobre o fármaco, o documento do DINF afirmou que o uso da
hidroxicloroquina e de outros medicamentos "não se mostrou eficaz no
controle da replicação viral em ensaios clínicos em humanos. Não há
evidência de impacto no curso clínico e prognóstico da doença".
O documento é assinado pelo Chefe do Departamento de Infectologia da
UFRN, o professor e infectologista Kleber Luz, pela vice-chefe do
departamento, a professora Mônica Baumgardt, dentre outros professores
da instituição.
Com informações do AgoraRN
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