Segundo depoimento à Polícia Civil do técnico da Celpe, que a TV Globo teve acesso, a equipe foi alvo de ameaças e tentativa de suborno antes do crime ocorrido na tarde da terça-feira (29/09).
A testemunha do assassinato contou ao delegado Fabrício Pimentel que chegou à fazenda, junto com o colega José Reginaldo, por volta das 14h17, em uma caminhonete da companhia. A porteira estava destrancada e eles foram conferir o medidor, verificando que a medição do imóvel não tinha irregularidades.
O técnico relatou que, enquanto realizava a suspensão do fornecimento de energia da fazenda, uma mulher que estava dentro da residência informou que o proprietário do imóvel estava no centro da cidade, mas voltaria em breve. Em seguida, a esposa do proprietário do imóvel chegou ao local e permaneceu em silêncio.
Enquanto ele e José Reginaldo recolhiam o material para irem embora, chegou ao local um homem que trabalhava na fazenda, que estava falando no telefone com alguém, e disse à dupla: “Religa a energia que nós vamos dar um negocinho para vocês”, conforme depoimento.
O técnico disse que ele e o colega negaram a oferta e, quando estavam saindo do local, chegou o proprietário da fazenda, que ofereceu dinheiro para que religassem a energia do imóvel, sendo a oferta novamente recusada.
Em seguida, o proprietário entrou na casa e os funcionários da Celpe voltaram para a caminhonete da empresa, mas perceberam que a porteira estava trancada com cadeado.
Conforme informado à polícia, quando voltaram à casa para pedir a chave, o proprietário veio ao veículo da companhia com um revólver na cintura e uma arma longa na mão apontando para a dupla, ordenando que os dois funcionários da Celpe jogassem os celulares para fora do veículo.
Também de acordo com o depoimento do técnico, o proprietário apontou a arma para José Reginaldo e disse para ele religar a energia e o eletricista obedeceu e desceu do veículo, mas foi baleado quando estava próximo ao porta-malas.
Em seguida, o proprietário ordenou que o técnico religasse a energia e ameaçou matar a mãe do funcionário caso ele o denunciasse. Depois, o técnico foi trancado dentro do porta-malas do veículo da Celpe e, após 10 minutos, um homem que se identificou como advogado do proprietário o liberou.
O advogado do proprietário da fazenda disse à TV Globo que o suspeito do crime deveria se apresentar à polícia nesta quarta-feira (30/09).
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