Foto: ABEEólica – Parque Aracati – CE
O Ministério de Minas e Energia anunciou nesta quarta (25/08), que vai enviar energia elétrica produzida no Nordeste para compensar a escassez do Sul e do Sudeste. Segundo Luiz Carlos Ciocchi, presidente do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), isso se deve à “espetacular” geração de energia eólica.
O Brasil passa pela pior seca dos últimos 91 anos, o que está afetando a produção de energia hidráulica em todo o país. De acordo com Ciocchi, o governo esperava que no mês de agosto chovesse mais na região sul, o que não aconteceu, causando assim a necessídade de transferência entre regiões.
“Agosto foi um mês muito seco. A única região do Brasil onde poderia ter uma chuva esperada era a região Sul. Essa chuva não apareceu na intensidade que a gente esperava. Então temos aí uma situação bastante crítica”, explicou durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira.
Por outro lado, a região Nordeste tem energia acumulada porque as hidrelétricas de Sobradinho e Três Marias, ambas no rio São Francisco são as que tiveram melhor desempenho. Além disso, ele destacou o papel da energia eólica, comum na região.
“Uma performance espetacular, espetacular, diga-se de passagem, das usinas eólicas. As usinas eólicas no nordeste batendo recordes atrás de recordes”, afirmou. “O nordeste era bastante deficitário e agora ele é exportador”, completou.
Como o sistema nacional de energia é interligado, não será necessário fazer nenhum tipo de compensação financeira para que a transferência ocorra.
O nosso sistema é interligado. Isso é uma questão de operação do sistema e ele opera aquilo que tem disponível ao menor custo. O que nós visamos primeiro é a segurança. Se hoje o nordeste está em melhores condições, amanhã poderá ser o sul que estão suprindo o nordeste e vice-versa, nao há que se pensar em compensação nesse sentido”, disse Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia.
Ainda segundo Luiz Carlos Ciocchi, o cenário atual do fornecimento de energia no país é “preocupante”. Ele, porém, disse acreditar que com a obtenção de energia adicional, feita por meio de usinas termelétricas, por exemplo, é possível chegar ao final de novembro sem nenhum problema. Depois disso, o cenário ainda é nebuloso, principalmente pela falta de previsão em relação às chuvas.
Bônus para redução
O Ministério de Minas e Energia também anunciou a criação de um programa de bonificação para quem reduzir o consumo de energia em casa. Bento Albuquerque afirmou que o programa voluntário entrará em vigor no dia 1º de setembro, mas não deu mais detalhes de seu funcionamento.
A expectativa, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), é divulgar as regras da medida no início da próxima semana. “O programa está sendo estruturado e contará com definição de meta mínima de redução para concessão de crédito”, informou o ministério em nota distribuída à imprensa.
UOL com Estadão Conteúdo
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