A médica potiguar Roberta Lacerda, que ganhou fama durante a pandemia por defender o uso de medicamentos como a ivermectina para o tratamento da Covid-19 e que agora adota postura contrária ao avanço da vacinação no País, foi chamada no Ministério da Saúde para opinar sobre a imunização das crianças.
Reportagem publicada pelo site Metrópoles mostra que, antes de abrir consulta pública sobre vacinação de crianças contra Covid-19, a pasta comandada pelo ministro Marcelo Queiroga realizou uma reunião na terça-feira (21) com secretários da pasta e pessoas contrárias à imunização infantil. O encontro consta na agenda da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid).
O Metrópoles apurou, com participantes, que o encontro serviu para subsidiar a pasta com dados que “avaliam o risco-benefício da imunização no grupo”. Segundo registro do Ministério da Saúde, 19 pessoas participaram da reunião.
A pauta foi debatida sem a presença de estudiosos da sociedade civil que participam da Câmara Técnica em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid).
Apenas membros do Ministério da Saúde que integram o órgão estavam na reunião. Na última sexta-feira (17), A CTAI-Covid recomendou, de forma unânime, a aplicação da vacina da Pfizer/BionTech em crianças nessa faixa etária.
O encontro contou com a participação de Bruno Campello de Souza e Ellen Gonçalves Guimarães. Eles estavam presentes na comitiva do Ministério que foi a Manaus, em janeiro deste ano, para promover o TrateCov, aplicativo que receitava até a crianças cloroquina e outros medicamentos que não servem para combater a Covid.
Também presentes, Roberta Lacerda Almeida de Miranda e Edimilson Ramos Migowski de Carvalho estão entre os nomes que assinaram documento encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contrário à vacinação de crianças entre 5 e 11 anos.
Ao Metrópoles, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Isabel Correia Pinheiro – que ficou conhecida como Capitã Cloroquina devido à intensa defesa do tratamento precoce contra a Covid –, explicou que a reunião ocorreu apenas para ouvir especialistas sobre a vacinação de crianças.
Metropoles
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