São Paulo, 25 (AE) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, contou em café da manhã nesta quarta-feira (25), com interlocutores da América Latina e Ásia que a energia eólica no Brasil pode dar um salto, inclusive com turbinas no mar, o chamado offshore. Em dez anos, a fatia desse tipo de energia foi de zero a 10% no País. Nos próximos 5 anos, pode subir para 20%.
Em Davos, Guedes teve reunião nesta terça-feira com a dinamarquesa
Vestas, maior produtora mundial de turbinas de energia eólica. O
ministro contou ainda que tem mantido conversas com a espanhola
Iberdrola, que também demonstrou interesse na energia eólica brasileira.
Guedes
contou ainda que teve encontros bilaterais com várias empresas, de
diferentes setores, como Alibaba, YouTube, DP World, Arcelor Mittal e a
sinalização foi de que querem aumentar investimentos no Brasil. A
Vestas, por exemplo, planeja ampliar suas instalações no País.
A
agenda de Davos está ficando mais de negócios, disse Guedes. Há poucos
anos, quando veio ao evento, 80% das reuniões eram com políticos e o
resto com empresas. Agora isso se inverteu e 80% das agenda é negócios e
só 20% é com governos.
No evento desta
quarta-feira, que estava mais esvaziado que os outros dos quais o
ministro participou, Guedes defendeu que com a reconfiguração das
cadeias produtivas e mudanças geopolíticas é preciso insistir no
comércio e fazer novos acordos comerciais.
O Brasil está
batendo recordes em superávit comercial e em fluxos de comércio, com
aumento do saldo positivo com a China. "O Brasil está disposto a se
integrar", afirmou o ministro.
No começo dos
anos 2000, o comércio com o país asiático ao ano era de US$ 2 bilhões a
US$ 3 bilhões, enquanto com a França estava em US$ 2 bilhões. Passados
pouco mais de 20 anos, o comércio com a China saltou para US$ 120
bilhões e com os franceses foi a US$ 7 bilhões. Isso mostra, disse
Guedes, quem está guiando o crescimento no Brasil.
Guedes
participou de um evento sobre América Latina, para discutir
empreendedorismo e práticas de governança, sociais e ambientais na
região, que formam a sigla ESG. No mesmo evento, o fundador e CEO do
Nubank, David Velez, contou a história do banco e falou do número ainda
alto de pessoas sem acesso a bancos na região.
Moeda: peso-real
Paulo
Guedes voltou a falar da possibilidade de uma moeda comum entre Brasil e
Argentina, o “peso-real”, um tema que já havia aventado em 2019. “Eu
acho que vamos ver, provavelmente, o peso-real”, disse em evento no
Fórum Econômico Mundial ao defender maior integração na América Latina e
falando de um cenário para 15 anos.
Guedes
falou da pandemia e da disrupção das cadeias de produção, que provocou
inflação nos mais diferentes países. Depois veio a guerra da Ucrânia,
que exacerbou estes movimentos e está levando os bancos centrais a
acelerar as altas de juros. “A inflação global está subindo, os preços
de alimentos e petróleo estão subindo”, disse ele. “Águas turbulentas
pela frente.” Nesse ambiente, o Brasil e a América Latina são essenciais
para prover segurança alimentar e energética para a Europa, disse
Guedes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário