Foto FDamião
Coordenador da bancada federal do Rio Grande do Norte, o deputado Benes Leocádio afirmou que o Governo do Estado deixou de adquirir três tomógrafos para a rede pública hospitalar, com recursos de emenda de bancada ao Orçamento da União no valor de R$ 6 milhões, porque não atendeu exigências do Ministério da Saúde. Os equipamentos seriam instalados nos hospitais Santa Catarina, em Natal; Deoclécio Marques, em Parnamirim; e Nelson Inácio dos Santos, em Assu.
Os recursos foram
previstos por intermédio de emenda de bancada indicada à Lei
Orçamentária Anual (LOA) de 2021, que destinou cerca de R$ 10 milhões
para o custeio de hospitais, a pedido do próprio governo, enquanto R$ 6
milhões seriam para a aquisição de aparelhos de tomografia para os três
hospitais.
O senador Styvenson Valentim,
candidato a governador pelo Podemos, tem criticado Governo do Estado,
inclusive, em redes sociais e em entrevistas a emissoras de rádio em
Natal, por deixar de executar obras que também teriam recursos
garantidos no Orçamento da União, porque “infelizmente não tem
capacidade técnica de elaborar e executar projetos”.
Styvenson
Valentim cita que o setor de queimados do Hospital Walfredo Gurgel
(HWG) funciona a um custo anual de R$ 2 milhões, mas há mais de uma
década sem faturar recursos federais porque não era habilitado no
Ministério da Saúde, foi preciso que ele mesmo tomasse a iniciativa de
levar a documentação necessária ao Ministério da Saúde para que o setor
de queimados passasse a receber recursos federais da pasta da saúde.
Valentim
diz que o Estado “é tão desorganizado, que uma das pastas (Saúde) que
mais consome recursos, tem chances de receber recursos e não está
recebendo”.
Destinação
O
senador também exibiu nas redes sociais, documento em que mostra que o
Estado deixou de receber pelo menos R$ 8,67 milhões a melhoria das
instalações do HWG por indeferimento de prazos de vigências de contratos
junto à Caixa Econômica Federal.
O maior volume de recursos
federais - cerca de R$ 4 milhões, era destinado a ampliação do centro
cirúrgico, além de R$ 1,71 milhão para a reforma do centro de queimados e
ainda R$ 1,5 milhão para reforma do centro cirúrgico da unidade
hospitalar.
Ainda entra nessa conta R$ 900 mil
para reformas de unidades de internação, mais R$ 487 mil para reforma da
rede elétrica do HWG.
Período
A
TRIBUNA DO NORTE ainda levantou, no site do senado a indicação de
emendas individuais que aguardam execução de obras no Hospital Regional
Tarcísio Maia, em Mossoró, mas que têm vigência até 30 de agosto de
2024.
As emendas ao orçamento da União de 2020
destinam recursos já empenhados para reforma do centro de urgência e
emergência, no valor de R$ 4 milhões; outra de R$ 1,64 milhões para
execução da reforma de centro cirúrgico e da central de esterilização,
no valor de R$ 1,63 milhão, além de emenda de R$ 958,8 mil para reforma
do setor de pediatria e necrotério. Todos os convênios têm previsão de
cláusulas suspensivas.
NÚMEROS
6
milhões de reais foram garantidos para os tomógrafos no Orçamento da
União de 2021 graças a emendas de bancada. Mas o governo perdeu a verba
por não cumprir as exigências do Ministério da Saúde.
3
tomógrafos teriam sido instalados em hospitais da rede pública de saúde
se o governo estadual tivesse atendido às exigências do Ministério da
Saúde.
10 milhões de reais também foram garantidos no Orçamento a União de 2021 para custeio dos hospitais do Estado.
Sesap diz que ‘investimento não foi efetivado’
A
Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap) afirmou, em nota, que
apresentou várias propostas e atendeu a todos os pedidos do Ministério
da Saúde para a compra dos três tomógrafos, “mas por desconhecimento da
realidade do quadro da saúde do Estado e morosidade do MS em responder
as seguidas comunicações da Sesap, o investimento terminou não sendo
efetivado”.
Segundo a Sesap,
em 8 de julho de 2021, a bancada federal comunicou que estava destinando
os recursos para a compra dos tomógrafos, tendo a Secretaria de Saúde
apresentado a primeira proposta no mês seguinte e recebendo a primeira
devolutiva do Ministério da Saúde só em 7 de dezembro daquele ano.
A
Sesap informou que ao longo do processo, seguidas vezes fez os
esclarecimentos necessários, justificando com os serviços prestados e as
vidas salvas nas unidades hospitalares durante a pandemia de
coronavírus.
Em uma das respostas, o Ministério da
Saúde chegou a alegar que haveria excesso de tomógrafos na Região
Metropolitana de Natal (RMN).
A
Sesap expôs que “lamenta a morosidade por parte do Ministério da Saúde,
além dos seguidos pedidos conflitantes que dificultaram as respostas,
não se sabendo por fim, o que queria efetivamente para a devida
aprovação do processo, impedindo que o benefício de novos equipamentos
de tomografia chegasse ao povo potiguar”.
A
Sesap reforçou, na nota, “sua abertura para o trabalho em conjunto com
os órgãos federais e os representantes do Rio Grande do Norte no
Congresso Nacional, como tem feito ao longo desses anos”.
Hospitais
Em
nota, no dia anterior, a Secretaria de Estado da Saúde Pública também
disse que não houve perda de recursos direcionados por emenda
parlamentar para reformas nos hospitais Monsenhor Walfredo Gurgel e
Regional Tarcísio Maia.
Em nota, a Sesap diz que a
gestão investiu aproximadamente de R$ 3 milhões em recursos próprios
para confecção dos projetos exigidos pela Caixa Econômica Federal, que
faz a intermediação dos recursos, entregando a documentação dentro do
prazo estipulado.
No momento, a Sesap informa que
aguarda uma decisão judicial em que questiona uma alegação do banco
relativa à burocracia de prazos que estaria impedindo a liberação das
verbas para as obras.
Segundo a nota, a prorrogação de prazos contratuais é da rotina ordinária das contratações públicas.
A
solicitação judicial é para que o prazo seja estendido apenas para que a
Caixa analise a documentação, situação de praxe na relação histórica
entre a instituição e o Governo no que diz respeito a convênios e
contratos, visto que o contrato em si estava vigente quando a Sesap
apresentou toda a documentação prevista e, mesmo assim, houve negativa
pela Caixa, apesar das devidas justificativas apresentadas pela Sesap,
contrariando inclusive a forma anterior de atuação da Caixa Econômica
Federal. “E isso foi o que ensejou a medida judicial requisitada pelo
Governo”, aponta a nota.
A
situação foi informada à bancada federal pela Secretaria por meio de
ofício (Ofício nº 2305/2022/SESAP) ao líder dos parlamentares
potiguares, em resposta ao Ofício o n° 179/2022 — GSSTYVEN.
Tribuna do Norte
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