A Polícia Federal afirmou ter encontrado indícios de corrupção dentro da Codevasf, a estatal federal entregue pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao controle do centrão em troca de apoio político.
Um gerente da companhia pública no Maranhão foi acusado de ter recebido cerca de R$ 250 mil de empresas investigadas por fraudes a licitações.
Se confirmadas as suspeitas, o investigado poderá responder por corrupção passiva e associação criminosa (Art. 288, CP). Somadas, as penas podem chegar a 15 anos de prisão, segundo a PF.
O dirigente da estatal foi alvo da segunda fase da operação Odoacro, deflagrada na quinta-feira (29) e divulgada na tarde desta terça (4) pela Polícia Federal. Foi pedido à Justiça o imediato afastamento do servidor público da sua função.
De acordo com a PF, a segunda fase da operação teve a "finalidade de desarticular o núcleo da organização criminosa composto por servidores públicos que auxiliavam nas fraudes licitatórias e no desvio de recursos públicos envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)".
Na primeira fase da operação, deflagrada em 20 de julho, os policiais federais apreenderam na ação cerca de R$ 1,3 milhão em dinheiro, além de itens luxuosos, como relógios importados.
Turbinada por bilhões de reais em emendas parlamentares, a Codevasf é uma estatal federal entregue pelo presidente Bolsonaro ao controle do centrão em troca de apoio político.
Um dos alvos da apuração é a empreiteira Construservice. A Folha de S.Paulo mostrou em maio que a empresa é vice-líder em licitações na Codevasf e se valeu de laranjas para participar de concorrências públicas na gestão de Bolsonaro –o presidente sempre negou corrupção em seu governo, mas agora adapta o discurso.
Desde 2019, o governo reservou à Construservice ao menos R$ 140 milhões, tendo desembolsado R$ 10 milhões disso até agora.
FOLHAPRESS
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