Representação de ovni observado por marinheiros em 1980 no Rio Grande do Norte – Foto: Reprodução/Sinam

As aparições de ovnis (objetos voadores não identificados) na semana passada nos Estados Unidos, Canadá e China renderam uma série de teorias sobre uma possível invasão de alienígenas na Terra. No entanto, para o desprazer dos amantes da ufologia, os objetos, segundo o governo norte-americano, não passam de balões meteorológicos.

Apesar de os ovnis da atualidade servirem apenas para observações climatológicas ou, como desconfia o governo americano, de supostas ações de espionagem, o aparecimento destes objetos voadores já causaram medo, apreensão e relatórios confidenciais das Forças Aéreas Brasileiras (FAB) no Rio Grande do Norte.

Relatos de potiguares assustados ao verem as luzes no céu estão descritos em registros disponibilizados através do Arquivo Nacional.

A FAB, através dos relatórios do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), elaborou uma série de arquivos de aparições de objetos não-identificados no período de 1952 a 2000. Ao longo deste período, os arquivos apontam para a ocorrência de 662 ocorrências ovnis em todo o país.

O único registro oficial da Comdabra citando o Rio Grande do Norte aconteceu em 1980. Mas os documentos disponíveis pelo Arquivo Nacional também trazem relatórios feitos pela FAB com documentos fornecidos por companhias da aviação comercial e de registros da imprensa potiguar.

No único caso registrado formalmente pelas Forças Aéreas, um relatório de 43 páginas descreve o aparecimento de um objeto “luz branca” aos tripulantes do rebocador Caioba Seahorse, em 27 de julho de 1980, a cerca de 12 milhas (19,3 km) da praia de Pititinga, no Litoral Norte potiguar.

“O comandante observou o objeto com binóculo. O objeto continuava a cinquenta (50) metros do Rebocador e foi visto por todas estas pessoas. O mar estava bom, calmo e era cerca de 05h30 horas da manhã. O comandante depois de observar com o binóculo disse que o objeto era um Disco Voador. 0 objeto que estava à nossa frente e afastou-se cerca de duas milhas, e imediatamente desaparecer, não soube informar se no objeto havia vida humana, bem corno se havia qualquer inscrição e a cor do objeto, pois só vi a luzes”, depôs, aos oficiais da FAB, um marinheiro da embarcação.

Em maio de 1979, um objeto não identificado, com suas luzes branco-azuladas, fez “voos rasantes e estranhamente silenciosos” em Monte Alegre, na região Agreste potiguar. Segundo o relatório, que traz reportagens de jornais da época, o surgimento dos ovnis apavorou a comunidade Xique-Xique, a 12 quilômetros de Monte Alegre. O objeto — que apresentava “forma de um caixão” e tinha quase “três metros de comprimento” — chegou a perseguir moradores. Os testemunhos apontam que a comunidade foi visitada por diversas vezes durante os meses de abril e maio de 1979.