Uma das imagens mais marcantes pra mim, como jornalista, foi o “diálogo” no pátio da Penitenciária de Alcaçuz entre o então comandante geral da Polícia Militar, coronel Azevedo, e um preso, líder de facção, que em 2017 comandava a rebelião no presídio e ataques em todo o Estado, semelhantes aos que aconteceram agora em 2023.
A céu aberto, o comandante entrou no presídio, conversou cara a cara com o presidiário e “negociaram” o término da barbarie. A cena pra mim foi chocante. Significava o Estado cedendo para marginais.
Na época, o governador era Robinson Faria. Ele foi altamente criticado pela atitude de “negociar” com os bandidos, o que gerou um desgaste enorme em seu governo.
Dias depois, cessaram os ataques.
Em 2023, vivemos dias terríveis no Rio Grande do Norte. Em quase todos os 167 municípios do Estado, ações criminosas que iam desde Incêndio a ônibus e prédios públicos até arrastões e danos ao patrimônio privado.
O que os bandidos queriam era basicamente o mesmo de 2017; regalias. O Governo atual, sob o comando na área de Segurança Pública, de coronel Araujo, não cedeu. Praticamente todos os grandes líderes da facção envolvida foram presos em operações conjuntas com polícias de outros estados e transferências ocorreram para presídios de segurança máxima, não só frustrando o pedido por regalias como dificultando a “vida” de quem vive do crime organizado no Estado.
Coronel Araujo, que esteve à frente de tudo isso, é um dos maiores conhecedores de segurança pública não só do RN como do Brasil. O seu currículo deixa qualquer jornalista como eu que tenho apenas pós graduação, no “chão”. É formado em Letras, Administração, ciências policiais, tem cursos dentro e fora do País, especializações na UFRJ, UFRN, Faculdade do Chile, participação em missões internacionais, comando geral de grandes operações aqui no Estado e outras localidades.
Se tem uma pessoa que entende de segurança pública nesse Estado, é esse senhor de cabeça branca extremamente paciente, porque eu não sei como ele aguenta lidar com tanta gente chata no pé dele, entendedor de coisa nenhuma, dando “pitaco”, criticando com base em argumentos rasos, e simplesmente nem responder.
Coronel Araujo merece um prêmio. Não só por ser um grande profissional, mas por ser essa pessoa, equilibrada e operante, acessível, que muitas vezes é incompreendido pelos políticos, porque não atendeu aquele pedido que traz prejuízo à sociedade, por ser “arrochado”. Qualquer um no lugar dele teria cedido para os bandidos para acabar logo com os ataques e dar a “sensação” de falsa paz e posar de vitorioso. Pense bem. Seria perfeito. “Governo consegue acabar com ataques em tempo recorde”, diria a manchete.
Ele preferiu receber todas as críticas e combater os criminosos de forma estratégica.
Mas, ele não é o salvador da pátria. A insegurança Pública não se resolve só com armas, com efetivo policial. É um problema sistêmico, que passa por educação, lazer, presença do Estado nas comunidades e da participação da sociedade civil.
Querem um salvador da pátria? Alguém que chegue e zere a criminalidade no Estado? Ninguém será. Vamos continuar tendo homicídios, assaltos, tráfico de drogas. Ninguém vai conseguir sozinho acabar com a maldade humana e a criminalidade no mundo, nem no nosso estado.
Muito menos os pitaqueiros com seus currículos de universidade particulares (também só passei por essas universidades) e que ganham voz através de um jornalismo de falar o que pensa, criticar todo mundo a qualquer preço ou quando estão a fim, exceto seus patrocinadores.
P.S. Não ganho nada de coronel Araujo pra fazer essa defesa dele, não tenho nem sua procuração, mas eu não suporto injustiça. Tive o prazer de trabalhar com ele, um homem que vive para estudar e trabalhar para o Estado, nunca o vi tirando férias e as pessoas quererem ganhar engajamento e chamar a atenção detonando um cara desse nível chegar a ser cruel.
JulianaCelli
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