Foto: Arquivo pessoal
Será inaugurado oficialmente em julho o primeiro museu indígena do Rio Grande do Norte. Localizado em Apodi, o Museu do Índio Luiza Cantofa é de iniciativa da liderança Lúcia Paiacu Tabajara.
Hoje, no local, funciona também o Centro Histórico Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi. A abertura do museu será no dia 26 a partir das 11, no Sítio Missão I, número 1001, na zona rural de Apodi. A governadora Fátima Bezerra (PT) deve participar da solenidade.
Um dos envolvidos no projeto é o professor da Uern e arqueólogo Valdeci dos Santos Júnior, que contribuiu na assessoria do acervo do local. De acordo com ele, o museu surgiu a partir de esforços individuais de Lúcia Paiacu, que começou a reunir em sua própria casa artefatos arqueológicos indígenas. De poucos itens em uma estante, o acervo foi aumentando.
“A partir de 2016 ela começou um processo de recuperação em um prédio que fica às margens da Lagoa do Apodi, um prédio abandonado que era uma antiga estação de bomba de água, e foi doado pela Prefeitura e pelo Governo do Estado”, explica Valdeci.
A edificação, conhecida como Casa das Máquinas, foi erguida há mais de três décadas, porém nunca chegou a funcionar. Segundo o docente, após isso se iniciou uma reforma no prédio para poder abrigar o museu. Lá, os visitantes poderão encontrar diferentes materiais históricos.
“No museu a gente pode encontrar artefatos arqueológicos através de lâminas de machado, percutores, batedores, pontas de projétil, cerâmicas mas também outros artefatos indígenas como tapeçaria e tudo aquilo que está vinculado a memória indígena dos índios paiacus de Apodi”, diz Júnior.
Segundo o arqueólogo, na cidade do Oeste existem quase 150 indígenas paiacus reconhecidos.
“Eles estão apenas mantendo as tradições dos seus antepassados e mantendo essa memória como uma forma de perpetuar todo um grupo étnico que existiu no século XVI, XVII, XVIII, principalmente, e que fez parte da história da Chapada do Apodi”, ressalta.
“As pessoas, a partir de agora, vão poder ver em Apodi, além do Lajedo de Soledade, onde estão as pinturas rupestres, também o museu e ver um pouco da memória dos indígenas paiacus que ali existiram e continuam a existir até hoje”, aponta o professor.
Agência Saiba Mais
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