Foto: Reprodução/TV Globo
A aeronave da VoePass que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo,
na tarde da última sexta-feira (9/8), matando 62 pessoas, tinha vários
consertos pendentes, de acordo com relatório de inspeção obtido por O
Globo. Segundo o jornal, a lista de “ações corretivas retardadas” inclui
itens triviais, como problemas em poltronas e cortinas, mas também
problemas que podem interferir na operação da aeronave.
Um
dos consertos pendentes era no Indicador Eletrônico de Situação
Horizontal (EHSI), dispositivo que ajuda os pilotos a visualizar dados
de navegação. Apesar de não ser obrigatório, o EHSI oferece ajuda ao
piloto resumindo em uma única tela informações de bússola, GPS, radar e
outros dados.
Sem o EHSI, é necessário consultar vários indicadores para ter acesso
aos dados. Para algumas categorias de avião, inclusive, o uso do
dispositivo é uma exigência.
O relatório de consertos pendentes ao qual O Globo teve acesso ainda
indica três problemas que podem interferir no voo: uma luz de alerta
acendendo na ignição do motor, um dos freios de rodas para aterrissagem
inoperante e o limpador de para-brisa do lado do piloto quebrado.
Nos próximos 30 dias, o Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deve trabalhar em um relatório
preliminar sobre o que teria provocado a queda do avião.
A principal suspeita é que tenha havido uma falha no sistema
anticongelamento da aeronave, o que teria provocado o acúmulo de gelo,
fazendo com que o piloto perdesse o controle. Com isso, o avião começou a
cair verticalmente, em “parafuso chato”, até se chocar com o solo.
No sábado (10/8), o chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno,
reafirmou que o avião da VoePass não fez contato com a torre de controle
para comunicar emergência.
“O que nós temos até o momento é que não houve, por parte da
aeronave, comunicação entre os órgãos de controle de que haveria uma
emergência”, afirmou Moreno.
Metrópoles
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