Em
reunião extraordinária realizada nesta terça-feira (17), a Comissão de
Saúde da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte recebeu o
presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Dr. Geraldo
Ferreira. O encontro teve como pauta principal a possível ilegalidade
nas contratações de serviços médicos por meio da terceirização no
sistema público de saúde.
“O
tema é de extrema relevância e nos interessa diretamente, pois impacta
de forma significativa os serviços prestados à população do nosso
Estado”, destacou a deputada Cristiane Dantas (SDD), que preside a
comissão.
Durante
sua fala, o presidente do Sinmed alertou para o avanço das
terceirizações na área pública, sobretudo em detrimento da contratação
de profissionais concursados. “Há um entendimento consolidado em
promotorias e juizados do trabalho de que a terceirização tem
extrapolado os limites legais. Inclusive, funções clássicas de vínculos
empregatícios estão sendo substituídas por contratos terceirizados”,
explicou.
Segundo
ele, a homogeneização desse modelo gera impactos diretos na qualidade
da assistência e enfraquece a estrutura funcional do Estado. “A presença
quase monopolizadora de empresas terceirizadas em diversos setores
impede a formação de quadros técnicos próprios, o que compromete a
continuidade e a eficiência dos serviços”, pontuou Geraldo Ferreira.
O
deputado Dr. Kerginaldo (PL) defendeu um debate mais aprofundado sobre o
tema. “Sabemos que o formato atual não é o ideal. Precisamos envolver
os órgãos fiscalizadores nessa discussão para garantir uma saúde pública
mais eficiente e, ao mesmo tempo, condições dignas de trabalho para os
profissionais da área”, afirmou.
Também
integrante da comissão, a deputada Terezinha Maia (PL) ressaltou a
insatisfação popular com a atual situação da saúde no Estado. “Estamos
vivendo um dos piores momentos da história da saúde pública no RN. As
reclamações chegam de todos os lados, e é nosso dever buscar soluções
para reverter esse cenário”, enfatizou.
Ao
final da reunião, os parlamentares propuseram a realização de uma
audiência pública para ampliar o debate e buscar alternativas viáveis à
atual política de contratação de serviços médicos.
Encerrando
o encontro, Geraldo Ferreira reforçou o caráter propositivo de suas
críticas. “Quando apontamos falhas, é para sinalizar que é preciso
melhorar. Nossos hospitais e profissionais estão fazendo além do que
podem, mas é necessário avançar. As críticas não são pessoais, são
construtivas”, concluiu.
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