A jovem brasileira Juliana Marins, que aguardava resgate após grave acidente durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, foi encontrada morta nesta terça-feira (24). O caso levantou questionamentos sobre a segurança e os procedimentos de emergência no local.
Marcelo Gramani, geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), participou do CNN Arena nesta terça (24) e criticou a demora no resgate e a falta de planejamento adequado no parque. "A partir do momento que a gente acessa um parque onde as condições do risco, do terreno, do clima são conhecidas, a gente tem expectativa de que tanto os guias, os monitores ou a localidade têm um planejamento para atender uma situação de emergência", afirmou.
O especialista ressaltou que não é a primeira vez que acidentes ocorrem naquela parte específica da trilha, o que torna ainda mais grave a falta de preparação. "A norma é não deixar ninguém sozinho em uma trilha ou em uma situação de risco", explicou.
Falhas no procedimento de resgate
As buscas por Juliana foram interrompidas várias vezes, apesar de sua localização ter sido identificada por meio de imagens de drone. Gramani questionou por que não houve um trabalho mais eficaz, considerando que as condições do terreno e do clima eram conhecidas.
O geólogo também criticou a falta de equipamentos adequados e de equipes de segurança na base do terreno crítico. "Se é um trecho que já tem um histórico de problemas e de risco bastante grave, por que não se tinham medidas até de estruturas que de fato orientem o caminho do turista nesse trecho?"
Outro ponto levantado foi a continuidade das operações normais do parque após o acidente. Segundo Gramani, a interdição do local deveria ter sido imediata, com todos os esforços concentrados na operação de resgate.
Necessidade de melhorias na segurança
O especialista enfatizou a importância de mapear adequadamente os riscos em atrativos turísticos, não para impedir as atividades, mas para implementar uma cultura de segurança mais forte. Isso inclui a capacitação de guias e monitores, além da instalação de estruturas de apoio em trechos perigosos.
"A segurança faz parte do atrativo também", concluiu Gramani, ressaltando a necessidade de procedimentos claros e equipes treinadas para lidar com emergências em áreas de risco.
CNN
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