A defesa de Pedro Inácio Araújo de Maria pediu à Justiça a substituição da prisão preventiva por medida cautelar humanitária. O policial militar acusado de matar a jovem Zaira Cruz está preso desde 2019.
Segundo o advogado Jader Marques, o pedido está fundamentado em “laudo médico que atesta uma doença rara, progressiva e incompatível com o ambiente prisional (polineuropatia amiloidótica familiar”.
A defesa afirmou ainda que “Pedro está à beira de um colapso, depois de perder aproximadamente 30 kg, desde a sua prisão”. “Não se busca privilégio, mas sim a aplicação da lei com humanidade e respeito à dignidade da pessoa”, afirmou a defesa.
A mãe de Zaira Cruz lamentou a situação. “Doentes estamos nós, a família que perdeu a filha para o feminicídio. Que prisão é essa que nem preso ele está. Ele só está resguardado. Ele só não está na casa dele, mas não tem quase diferente”, afirmou Ozanete Dantas.
“Fico triste, magoada, angustiada com tudo isso. A gente aguarda um julgamento há mais de seis anos. Eu quero justiça. Minha filha não volta mais. Quem tem de ser a voz dela? Sou eu, como mãe, como ser humano. Todos os dias acontecem casos de violência contra nossas filhas”, destacou.
“Espero que a justiça não acate essa ideia, que veja a questão da data do novo julgamento, depois que tudo aconteceu. A gente aguarda com angústia, uma nova data para que se encerre. A gente espera justiça. São muitas as mães que passam o que eu passo”, completou Ozanete.
Julgamento interrompido
O caso, que já conta com aproximadamente 7 mil laudas, teve seu julgamento iniciado em 2 de junho deste ano, no Fórum Miguel Seabra Fagundes. No entanto, a audiência foi interrompida no dia seguinte. A suspensão ocorreu após os advogados de Pedro Inácio decidirem deixar o plenário, o que levou à dissolução do Conselho de Sentença.
Com a interrupção, o julgamento precisará ser remarcado. Até o momento, uma nova data para o júri ainda não foi anunciada.
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