segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Bolsonaro diz que queimou tornozeleira por “certa paranoia” e “alucinação”; apoiadores voltam a protestar em frente à PF


Prisão de Bolsonaro
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante a audiência de custódia neste domingo (23), que o uso de medicamentos o fez tentar violar a tornozeleira eletrônica na madrugada da última sexta (21) para sábado (22), o que despertou um alerta na Polícia Federal e levou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a determinar a sua prisão preventiva.

Bolsonaro está preso desde a manhã de sábado (22) após a autoridade indicar risco de fuga em meio à vigília convocada por seus apoiadores e de um alerta de tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica. Bolsonaro confirmou que manipulou o dispositivo com um ferro de solda, mas negou que foi para tentar fugir.

“O depoente respondeu que teve uma ‘certa paranoia’ de sexta para sábado em razão de medicamentos que tem tomado receitados por médicos diferentes e que interagiram de forma inadequada (Pregabalina e Sertralina); que tem o sono 'picado' e não dorme direito resolvendo, então, com um ferro de soldar, mexer na tornozeleira, pois tem curso de operação desse tipo de equipamento.

 Afirmou o depoente que, por volta de meia-noite mexeu na tornozeleira, depois 'caindo na razão' e cessando o uso da solda, ocasião em que comunicou os agentes de sua custódia”, diz trecho da ata da audiência.

Bolsonaro afirmou, ainda, que estava com uma “alucinação” de que havia alguma “escuta” na tornozeleira, o que o levou a tentar abrir a tampa do dispositivo. 

Disse, ainda, que não se lembra de um “surto dessa natureza” em outra ocasião. Também pontuou que estava sozinho em casa com a filha, o irmão mais velho e um assessor, e que nenhum deles o viu manipulando a tornozeleira.

“O depoente afirmou que não tinha qualquer intenção de fuga e que não houve rompimento da cinta”, completou.

A audiência foi conduzida por uma juiza auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes Luciana Yuki Fugishita Sorrentino que durou cerca de 40 minutos e decidiu manter a prisão do ex-mandatário. 

Nesta segunda-feira, 24, a Primeira Turma do Supremo irá julgar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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