quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Osso de frango afiado leva ex-nº 2 do PCC para castigo em presídio no Rio Grande do Norte

O ex-número 2 do PCC Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, cumpre desde o dia 11 um castigo de 30 dias na Penitenciária Federal de Mossoró depois que agentes encontraram um osso de frango afiado em sua cela.

Segundo funcionários da unidade, o objeto estava pontiagudo como uma faca, o que levantou o temor de que pudesse ser usado para fazer algum servidor refém.

Já pessoas ligadas ao preso afirmam que ele não poderia ter acesso a esse tipo de alimento, alegando que a penitenciária não serve refeições com ossos justamente para evitar riscos semelhantes. Com a punição, Tiriça ficará isolado até as vésperas do Natal, sem banho de sol e sem receber visitas de familiares.

Histórico de custodias

Soriano é hoje o detento há mais tempo no Sistema Penitenciário Federal entre integrantes ou ex-membros do PCC.

Ele chegou à Penitenciária Federal de Porto Velho em novembro de 2012, transferido da P2 de Presidente Venceslau por ordem da Justiça de São Paulo após a apreensão de um bilhete com orientações para matar policiais da Rota, refinar cocaína e instalar fuzis em veículos.

Exames grafotécnicos atribuíram o bilhete ao próprio preso, que sempre negou autoria.

A defesa sustenta que todas as renovações de permanência em unidades federais têm sido baseadas em relatórios de inteligência de 2012 que, segundo os advogados, trazem informações equivocadas e sem respaldo em métodos reconhecidos pela lei.

Ao longo de treze anos, Tiriça passou por quatro dos cinco presídios federais, alternando entre Porto Velho, Mossoró, Catanduvas e Brasília antes de retornar ao Rio Grande do Norte no ano passado.

Rompimento com Marcola

A última transferência para Mossoró ocorreu junto com Abel Pacheco, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, ambos também ex-integrantes da cúpula do PCC. O trio foi excluído da facção em fevereiro de 2024 após chamar Marcola de delator.

O conflito começou em 2022 quando o líder máximo da facção disse a um policial penal, em conversa informal, que Tiriça era psicopata. O áudio foi integrado ao processo que condenou Soriano a mais de 31 anos pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, em Cascavel.

Após o vazamento da gravação no julgamento, Tiriça reagiu, acusou Marcola de traição e recebeu o apoio de Vida Loka e Andinho, o que selou o racha definitivo com o antigo comando.

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