segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

“Este júri é a chance de honrar a memória de uma jovem arrancada do convívio familiar”, Dra. Kalina Leila, advogada da família de zaira

 Advogada da família de Zaira Cruz, Kalina Leila Medeiros

 Advogada da família de Zaira Cruz, Kalina Leila Medeiros

O julgamento do policial militar Pedro Inácio Araújo de Maria, acusado de estuprar e assassinar a jovem Zaira Cruz, de 22 anos, durante o Carnaval de Caicó em 2019, tem início nesta segunda-feira, 1º de dezembro, às 8h30min, no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal. O júri popular deve se estender por até cinco dias, dada a complexidade do caso e o número de pessoas a serem ouvidas.

Ao todo, 23 testemunhas, além do próprio réu, serão ouvidas durante o julgamento, que ocorrerá em sessão fechada. A entrada foi autorizada apenas para um número muito limitado de familiares da vítima e do acusado. A imprensa não terá acesso ao plenário, por decisão judicial.

A advogada caicoense Kalina Leila Mendes Medeiros, que atua na assistência de acusação representando a família de Zaira, reforçou a relevância deste momento, lembrando que o processo se arrasta há quase sete anos. Para ela, o julgamento significa a possibilidade de reparar parte da dor enfrentada pela mãe da jovem: “Sete anos de muita dor, de uma interrupção de um luto de uma mãe que perdeu sua filha de forma brutal. O que buscamos agora é justiça.”

Kalina destacou ainda que, apesar da entrada recente de novos advogados na defesa de Pedro Inácio, nada no processo mudou: “Nada foi reformado nas instâncias superiores, no juiz singular, no STJ ou no STF. O processo permanece sólido, firme e plenamente apto para ser julgado.”

A advogada explicou que o papel da acusação é muito claro: buscar justiça e defender a memória da vítima. Ela define o julgamento como um ato de compromisso com o Estado e com a sociedade potiguar: “Este júri é a chance de honrar a memória de uma jovem arrancada do convívio familiar e devolver dignidade à sua mãe.”

Kalina reforça que negar a violência sofrida por Zaira é negar sua história: “Zaira não teve morte natural. Era jovem, saudável, e foi assassinada. Não existe narrativa paralela capaz de apagar a verdade.”

A expectativa é que o julgamento percorra todos os seus ritos ao longo da semana, com a decisão dos jurados prevista para o final dos cinco dias.

 

Sidney Silva

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