quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Ex-advogado de Bolsonaro é condenado por chamar atendente de “macaca” em pizzaria

A sentença fixou pena de 1 ano e 9 meses de prisão para o réu - Igo Estrela/Metrópoles 

  Igo Estrela/Metrópoles

Nesta quarta-feira (17), a Justiça do Distrito Federal condenou o Frederick Wassef, ex-advogado de Jair Bolsonaro. A condenação de Wassef se deu pelo crime de injúria racial contra uma funcionária de uma pizzaria em Brasília. O caso teve origem em denúncia apresentada pelo Ministério Público, após a apuração de um episódio ocorrido no dia 8 de novembro de 2020. 

Segundo a denúncia, Frederick Wassef se dirigiu ao caixa da pizzaria após concluir a refeição e reclamou do sabor da comida. Ao ser informado pela atendente de que apenas ele havia feito queixa, o advogado passou a proferir ofensas de cunho racial.

Ainda de acordo com os autos do processo, Wassef chamou a funcionária de “macaca” e afirmou que ela “come o que lhe derem”, expressão considerada pelos investigadores como discriminatória e ofensiva à dignidade da vítima.

O que decidiu a Justiça?

A sentença fixou pena de 1 ano e 9 meses de prisão para o réu, que foi convertida em sanções alternativas, além do pagamento de R$ 6 mil a título de indenização por danos morais à vítima. O episódio foi testemunhado por pessoas que estavam no local, cujos relatos reforçaram a versão apresentada pelo Ministério Público no decorrer do processo.

Juiz destaca gravidade da expressão utilizada

Na sentença, foi destacado que a palavra utilizada carrega histórico de discriminação racial e revela intenção clara de ofender. A Justiça considerou que o termo empregado ultrapassa qualquer crítica ou discussão comum e atinge diretamente a dignidade humana.

Consta na decisão que a expressão demonstra desprezo e zombaria, sendo suficiente, por si só, para caracterizar o dolo na prática do crime de injúria racial.

Com a condenação, além das penas alternativas e da indenização financeira, Wassef passa a ter registro criminal, embora ainda possa recorrer da decisão às instâncias superiores da Justiça.

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