quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cirurgia inovadora contra o câncer


A estudante Camily de Souza Rocha, de 7 anos e moradora de Emaús, teve uma gripe convencional em abril. Ao fazer um raio-x do pulmão, foi surpreendida com a constatação de uma lesão na parte inferior de seu pulmão direito. Uma tomografia computadorizada revelou ser um tumor. Na manhã de ontem, Camily foi a primeira pessoa a ser submetida a uma cirurgia pulmonar utilizando uma técnica de video endoscopia no estado. A novidade diminui o impacto da cirurgia sobre o paciente, ao evitar a necessidade de abertura do tórax por uma grande incisão. A técnica, desenvolvida nos Estados Unidos, até agora só havia sido aplicada em Salvador (BA), pela cirurgiã torácica Paula Ugalde, que participou da cirurgia no Hospital Infantil Varela Santiago, juntamente com o médico Carlos Alberto Almeida.


Equipe operou criança em procedimento que durou três horas, ontem pela manhã no Hospital Infantil Varela Santiago Foto: Frankie Marcone/DN/D.A Press
"Trata-se de uma técnica minimamente invasiva. Utilizam-se os mesmos critérios cirúrgicos, mas sem agredir o paciente. Isso significa menos dor, menor tempo de internação, menos potencial de riscos cirurgicos e complicações, representando também um custo final menor que o da técnica convencional", afirma Carlos Alberto, chefe do serviço de cirurgia torácica do Hospital Universitário Onofre Lopes. Outra vantagem é que o paciente responde melhor ao tratamento de quimioterapia após a cirurgia. Para efeito de comparação, a cirurgia normal demora cerca de quatro horas e a internação no hospital leva uma semana, em média. Já a cirurgia de Camily deveria durou três horas e a previsão é de que ela saia do hospital em até 72 horas.

Segundo o médico Carlos Alberto o procedimento cirúrgico foi tranquilo. "Ocorreu tudo bem. Ela está na UTI, mas respira espontaneamente e está acordada. Essa é uma forma de observarmos a menina mais de perto. Acreditamos que na próxima sexta-feira ela será liberada", afirma.

A tia da paciente, a técnica em enfermagem Maria Dalva Freire, afirma que a família ficou chocada com o diagnóstico de tumor no pulmão, raro em crianças. A hipótese médica é de que Camily esteja com um tumor carcinóide, de baixa malignidade. "Estamos confiantes. Desde abril ela vem sendo acompanhada pela equipe médica. Pensávamos que ela seria operada pelo método normal, mas o médico Carlos Alberto fez o esforço para que essa nova técnica fosse feita aqui".

fonte:luizfreitas.rn@diariosassociados.com.br

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