sábado, 7 de novembro de 2009

Garibaldi e Henrique podem se enfrentar?

Aumentaram nos últimos dias em Natal e em Brasília os comentários sobre a possibilidade de o senador Garibaldi Alves Filho e o deputado federal Henrique Eduardo Alves se enfrentarem em convenção do diretório regional do PMDB, comandado pelo segundo, que também lidera o partido em sua casa congressual.

Quem mais objetivamente tem abordado esta perspectiva em Natal, nos últimos meses, é o jornalista, ex-prefeito e ex-senador Agnelo Alves, tio dos dois parlamentares e novo mentor do PDT potiguar. É possível que suas especulações traiam o desejo de levar seu partido a tirar proveito da divisão entre os parentes que disputam o comando do PDT.
Afinal, enquanto Henrique Eduardo trabalha para fortalecer uma candidatura bafejada em Natal pela força do presidente Lula da Silva e Garibaldi Filho reitera sua vontade de sufragar o nome da senadora Rosalba Ciarlini (Dem) na corrida pela sucessão da governadora Wilma de Faria, Agnelo defende outro nome.
Todo o Estado sabe o principal projeto político do septuagenário Agnelo é transformar o novo presidente regional do PDT, o advogado, ex-prefeito e ex-deputado estadual Carlos Eduardo Alves, seu filho, em Governador. Qualquer brecha que puder, ele tentará abrir para ensejar esta passagem, que colocaria nas mãos de seu núcleo familiar o bastião da força política criada nos anos quarenta, cinquenta e sessenta por seu irmão mais velho, o legendário Aluizio Alves.
Agnelo, porém, não construiria sozinho o fosso que se alarga dia a dia entre seus sobrinhos. O problema vem de muito longe, tem a ver com a herança do espólio de Aluizio e já provocou muitas perdas e danos. Este colunista testemunhou muitas escaramuças entre os dois desde pelo menos meados dos anos oitenta, a partir de quando, quase sistematicamente, os aliados do peito de Garibaldi Filho torpedeavam projetos de Henrique Eduardo, enfraquecendo-o enquanto delfim e donatário da capitania política a ser legada pelo pai. Tudo, porém, era abafado pela força que a família e o poder exerciam sobre o restante da mídia, de sorte que o fogo de monturo cresceu sem ser muito notado.
O que se indaga hoje é se a fruta amadureceu o bastante para ser colhida, como querem outros políticos capazes de sonhar em assumir parte do que resta ao PMDB com o enfraquecimento mútuo dos primos.
É coisa de se esperar para ver como e se ocorrerá.

fonte:nominuto

Nenhum comentário:

Postar um comentário