Diz a máxima popular que quanto maior o gigante, maior a queda. O
ditado parece servir sob medida ao deputado federal Henrique Alves,
líder do PMDB na Câmara. O sucessor de Aluízio Alves é frequentemente
aclamado como um verdadeiro Golias da política nacional. Noves fora a
bajulação provinciana, é verdade que o potiguar desfruta de grande
prestígio junto ao presidente Lula. Mas o problema é que basta a
pedrada de uma funda para abater o Golias.
Na semana passada,
Henrique sofreu uma pedrada certeira que quase o leva ao chão. O
deputado foi citado como beneficiário do esquema de pagamento de
propina comandado pelo governador do Distrito Federal José Roberto
Arruda. O chamado "mensalão do DEM" foi desvendado pela Operação Caixa
de Pandora da Polícia Federal (leia mais abaixo).
A velocidade
com que Henrique vai do céu ao inferno político é impressionante. Em
2002, o deputado viveu situação semelhante. Na época, ele era o
indicado do seu partido para ser o vice na chapa do presidenciável
tucano José Serra. Os planos desandaram quando a revista IstoÉ
denunciou que Henrique tinha US$ 15 milhões em contas fantasmas no
exterior.
A reportagem se baseava nas revelações da ex-mulher do
deputado, Mônica Infante de Azambuja, durante um processo de separação
litigiosa.
O deputado nunca sofreu nenhuma punição, mas o caso o
fez encolher politicamente, justamente quando ele planejava cruzar as
barreiras da província e virar gente grande em Brasília.
Por um
destes inexplicáveis caprichos do destino, o azar bateu à porta de
Henrique outra vez. No momento em que se preparava para ser o novo
presidente da Câmara, ele é obrigado a se justificar à nação.
A
política - dizem os mais astutos - não perdoa. Com Henrique, parece que
a "ciência do poder" tem sido ainda mais implacável. Ele nunca
conseguiu ir além da cadeira que ocupa há 10 mandatos consecutivos no
parlamento federal. Mesmo sem admitir, essa é a grande frustração que
Henrique carrega na alma.
É como se na sessão da tarde da TV do
deputado sempre passasse o mesmo filme: "Querida, encolhi as crianças".
Mas Henrique, persistente, ainda zapeia pelos canais tentando achar seu
longa favorito: "Mamãe, quero ser grande".
fonte:nominuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário