quarta-feira, 6 de outubro de 2010

RN tem 98 casos registrados de dengue hemorrágica

A quantidade de casos confirmados de dengue hemorrágica no Rio Grande do Norte este ano é 250% maior do que no mesmo período de 2009. O mais novo boletim da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), referente ao período de 1 de janeiro até 25 de setembro, mostra que 2010 já confirmou 98 casos da forma mais grave da doença, contra apenas 28 na semana equivalente no ano passado. Há 14 suspeitas de óbito, das quais três confirmadas. No geral, o número de notificações das várias formas da doença feitas em 2010 (6.417) é 83,3% maior do que no ano anterior (3.500). Do total, 839 foram confirmadas como dengue clássica, 98 como hemorrágica, 44 como “dengue com complicação” e 3.008 ainda estão pendentes de diagnóstico.

A subnotificação, no entanto, pode ser grande, pois nada menos que 2.428 suspeitas caíram na categoria “inconclusivas”, ou seja, não foram confirmadas nem descartadas pelos municípios.  Quando se fala apenas da dengue clássica, a diferença entre as estatísticas é menor. As 839 confirmações deste ano representam 133,7% a mais do que 2009, que teve 359. “A diferença se deve a vários fatores. Vale citar a reintrodução do vírus tipo 1, que não circulava no estado há oito anos; o abastecimento precário de água, obrigando a população a usar baldes; e à própria série histórica, pois após uma epidemia, como tivemos em 2008, segue-se um período de baixa e depois outro crescimento”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Dengue, Kristiane Fialho.

No ano retrasado, houve nada menos que 41 mil casos suspeitos. Segundo ela, o sorotipo 1 entrou novamente no RN este ano, tendo sido detectado no Seridó e isolado em Pau dos Ferros. A coordenadora admite o risco da chegada ao Estado de um novo tipo do vírus (o 4), que já apareceu em Roraima. Caso isso ocorra, o número de casos tenderá a aumentar muito, pois a população não teria imunidade ao micro-organismo por ele nunca haver infectado ninguém no RN. “Por isso, estamos monitorando os sorotipos em cada município, e pedimos para as prefeituras fazerem o isolamento viral de todos os casos”, diz Kristiane. Ela recomenda que a população contribua para a prevenção da doença, enfatizando que a maioria dos criadouros do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue – está dentro das casas.

Até agora, o número de óbitos está abaixo do total registrado nos doze meses de 2009, quando cinco pessoas morreram por causa da dengue. Este ano, Natal já tem 3.300 suspeitas da doença, sendo um dos dezoito municípios potiguares com incidência considerada alta. Enquanto a capital tem 409,33 casos  por 100 mil habitantes, a recordista no Estado por este critério é Pau dos Ferros, com 1833,81. Das três mortes registradas este ano, duas foram atribuídas à dengue hemorrágica e uma à forma denominada “dengue com complicação”. Ano passado, foram quatro óbitos atribuídos à hemorrágica.

Sesap amplia a fiscalização dos casos

A secretaria estadual de Saúde ampliou o monitoramento acelerado dos casos de dengue no Rio Grande do Norte. Atendendo a uma sugestão do Ministério da Saúde, o estado, agora, passa a fazer o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa) em nove municípios.

Até setembro, apenas Natal, Mossoró e Parnamirim eram monitoradas de forma acelerada. Apesar de não constarem como cadastradas no site do Ministério da Saúde, a Sesap informa que Ceará-Mirim, Apodi, Caicó, Currais Novos, Pau dos Ferros e São Miguel também contam com esse levantamento.

A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, Juliana Araújo, explica que o levantamento realizado em todos os municípios do estado é diferente do LIRAa apenas pela questão de velocidade. Enquanto os dados da maioria das cidades potiguares são repassados à Sesap a cada dois meses, que é o tempo do ciclo completo de coleta de informações, os dados nas nove cidades em que ocorre o LIRAa são transmitidos em um tempo muito menor. A velocidade contribui para impedir as infestações.

“Por isso que, geralmente, o LIRAa ocorre nas maiores cidades e em regiões metropolitanas, o que ajuda a secretaria nas ações”, explicou Juliana Araújo.

da TN

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