O apresentador e empresário Silvio Santos disse à revista "Veja" que vai adiar sua aposentadoria, inicialmente programada para 2011, por causa da fraude contábil no PanAmericano, que pode vender empresas de seu grupo para pagar o que deve, mas fará de tudo para não passar adiante o SBT. Silvio disse ainda que lhe parece que a operação do banco era deficitária, por isso os executivos, "também para garantir seus prêmios, falsificaram a contabilidade".
Prestes a completar 80 anos, Silvio teve de pegar um empréstimo de R$ 2,5 bilhões com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para o PanAmericano não quebrar. Para conseguir o dinheiro para cobrir o rombo, Silvio deu como garantia do empréstimo o Baú da Felicidade, o SBT e outras 42 empresas de seu grupo. Segundo contou à "Veja", em entrevista na edição que circula neste fim de semana, ele mesmo negociou com o FGC, recusando-se a pagar juros sobre o valor. "Eu disse que juros eu não pagaria. Aceitei apenas corrigir o desgaste inflacionário em cima do dinheiro. Tenho dez anos para pagar, com três anos de carência (...) É uma pancada, mas posso pagar desde que venda algumas de minhas empresas".
Silvio disse que poderia ter vendido na quinta-feira a Jequiti Cosméticos por R$ 500 milhões, mas recusou a oferta por achar que a empresa vale R$ 800 milhões. "A Telesena vale R$ 200 milhões. O banco todo vale R$ 1,2 bilhão, e, se quisesse vender a televisão, faria R$ 1 bilhão. Vou vender empresas e pagar o que devo".
Ele diz primeiro à revista que manterá o SBT - "A televisão não vendo" -, mas logo a seguir afirma: "Vou fazer de tudo para não vender", por querer deixar a TV para as filhas. Depois, afirma ainda que, caso tenha mesmo de vender o SBT, isso ocorrerá daqui a oito ou dez anos.
Silvio contou à "Veja" que foi surpreendido pela notícia do rombo no PanAmericano, comunicado pelo presidente da holding no dia 11 de setembro, enquanto o apresentador gravava seu programa na emissora: "Foi um baita susto. Como o Banco Central estava havia três semanas em meu banco e não me informaram nada?"
Segundo Silvio, o Citibank ofereceu R$ 1,3 bilhão pelo PanAmericano em 2005, mas queria demitir boa parte dos 5 mil funcionários, por isso o apresentador teria recusado a oferta. Na época, diz Silvio, o Citi mostrou que a estrutura do PanAmericano era muito custosa e que o banco perderia competitividade. Por isso, agora ele suspeita que a operação era realmente deficitária, o que ajudou a incentivar os executivos fraudar o balanço.
Na entrevista, Silvio voltou a dizer que não tratou do assunto no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem foi pedir para abrir o Teleton e doar R$ 13 mil. "Lula não poderia fazer nada, mesmo se quisesse".
Sobre a aposentadoria adiada, garante que o problema com o banco o fez buscar energias para negociar. "Não tenho por que estar abatido", disse Silvio à "Veja".
Saiba mais: Lula diz que Silvio Santos não lhe pediu para ajudar o Banco Panamericano
O Banco PanAmericano viu seu valor de mercado desabar quase que pela metade (45%) após o escândalo . Quando a Caixa Econômica Federal comprou 35% das ações da instituição financeira do Grupo Silvio Santos, em dezembro do ano passado, o banco valia R$ 2,113 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Na última sexta-feira, o valor estava em R$ 1,163 bilhão.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal decidiram investigar uma possível ocorrência de fraudes no banco. O Banco Central anunciou ter encontrado duplicidades de carteiras de crédito nos balanços do PanAmericano. A instituição teria vendido carteiras a outros bancos, mas não teria promovido a baixa contábil em seus demonstrativos financeiros há cerca de três, quatro anos. O diretor de Fiscalização do BC, Alvir Hoffmann, afirmou ainda que "há indícios" de que as mesmas carteiras "foram vendidas mais de uma vez."
Da Agência O Globo
Prestes a completar 80 anos, Silvio teve de pegar um empréstimo de R$ 2,5 bilhões com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para o PanAmericano não quebrar. Para conseguir o dinheiro para cobrir o rombo, Silvio deu como garantia do empréstimo o Baú da Felicidade, o SBT e outras 42 empresas de seu grupo. Segundo contou à "Veja", em entrevista na edição que circula neste fim de semana, ele mesmo negociou com o FGC, recusando-se a pagar juros sobre o valor. "Eu disse que juros eu não pagaria. Aceitei apenas corrigir o desgaste inflacionário em cima do dinheiro. Tenho dez anos para pagar, com três anos de carência (...) É uma pancada, mas posso pagar desde que venda algumas de minhas empresas".
Silvio disse que poderia ter vendido na quinta-feira a Jequiti Cosméticos por R$ 500 milhões, mas recusou a oferta por achar que a empresa vale R$ 800 milhões. "A Telesena vale R$ 200 milhões. O banco todo vale R$ 1,2 bilhão, e, se quisesse vender a televisão, faria R$ 1 bilhão. Vou vender empresas e pagar o que devo".
Ele diz primeiro à revista que manterá o SBT - "A televisão não vendo" -, mas logo a seguir afirma: "Vou fazer de tudo para não vender", por querer deixar a TV para as filhas. Depois, afirma ainda que, caso tenha mesmo de vender o SBT, isso ocorrerá daqui a oito ou dez anos.
Silvio contou à "Veja" que foi surpreendido pela notícia do rombo no PanAmericano, comunicado pelo presidente da holding no dia 11 de setembro, enquanto o apresentador gravava seu programa na emissora: "Foi um baita susto. Como o Banco Central estava havia três semanas em meu banco e não me informaram nada?"
Segundo Silvio, o Citibank ofereceu R$ 1,3 bilhão pelo PanAmericano em 2005, mas queria demitir boa parte dos 5 mil funcionários, por isso o apresentador teria recusado a oferta. Na época, diz Silvio, o Citi mostrou que a estrutura do PanAmericano era muito custosa e que o banco perderia competitividade. Por isso, agora ele suspeita que a operação era realmente deficitária, o que ajudou a incentivar os executivos fraudar o balanço.
Na entrevista, Silvio voltou a dizer que não tratou do assunto no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem foi pedir para abrir o Teleton e doar R$ 13 mil. "Lula não poderia fazer nada, mesmo se quisesse".
Sobre a aposentadoria adiada, garante que o problema com o banco o fez buscar energias para negociar. "Não tenho por que estar abatido", disse Silvio à "Veja".
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O Banco PanAmericano viu seu valor de mercado desabar quase que pela metade (45%) após o escândalo . Quando a Caixa Econômica Federal comprou 35% das ações da instituição financeira do Grupo Silvio Santos, em dezembro do ano passado, o banco valia R$ 2,113 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Na última sexta-feira, o valor estava em R$ 1,163 bilhão.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal decidiram investigar uma possível ocorrência de fraudes no banco. O Banco Central anunciou ter encontrado duplicidades de carteiras de crédito nos balanços do PanAmericano. A instituição teria vendido carteiras a outros bancos, mas não teria promovido a baixa contábil em seus demonstrativos financeiros há cerca de três, quatro anos. O diretor de Fiscalização do BC, Alvir Hoffmann, afirmou ainda que "há indícios" de que as mesmas carteiras "foram vendidas mais de uma vez."
Da Agência O Globo
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