sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Desalojados em Jucurutu se sentem abandonados: "Até agora só recebemos luvas e máscaras para lavar as casas".

Marcos Dantas
 Em entrevista à Rádio Caicó AM, nesta quinta-feira (03) a dona de casa Francisca Aquino da Silva, moradora a 10 anos da Travessa das Orquídeas, no conjunto DNOCS, inundado pelas chuvas da última semana em Jucurutu, disse que ela e as outras famílias do bairro estão se sentindo esquecidas pelo governo municipal e estadual. "Francisquinha Costureira", como é conhecida disse que depois que o prefeito Junior Queiroz e a governadora Rosalba Ciarlini reuniram os moradores e garantiram toda assistência necessária aos desalojados, até agora nenhum tipo de ajuda foi entregue as famílias.
A costureira garante ter ficado surpresa, ao procurar o prefeito Júnior Queiroz, nesta semana para cobrar a ajuda no aluguel das casas, como ele teria prometido as famílias e em algumas entrevistas à imprensa, e lhe foi negada. "Temos medo de voltar pra casa e nos foi prometido ajuda pra aluguel de casa, enquanto o inverno não passasse. Só que o prefeito me disse que não poderia me ajudar, pois a única ajuda que recebeu da governadora foi 80 mil reais, pra comprar colchões, travesseiros e cestas básicas", disse a moradora, que garante não ter recebido, até agora, nada da ajuda prometida pela governadora Rosalba Ciarlini. A única ajuda que nos chegou foi de uma campanha feita por um canal de TV (Sidys) de Currais Novos, que doaram cestas básicas para todas as famílias.
A revolta de Dona Francisca é que, a exemplo dela, sem ter pra onde ir, muitas famílias estão se sentindo obrigados a retornarem para as suas residências. "O próprio prefeito me orientou: lave sua casa e volte pra ela. Não tem mais perigo. A esposa dele é testemunha e até me defendeu, dizendo que outra moradora tinha voltado e seu filho tinha adquirido uma bactéria no local", relatou a costureira. Mesmo o Governo do Estado tendo garantido que enviaria, o mais rápido possível, algumas toneladas de alimentos para as vítimas das enchentes, Francisquinha Costureira garante que ela, e muitas famílias ainda não receberam nada. "O que recebemos foram dois pares de luvas, dois de máscaras e dois tubos de um produto para lavar as nossas casas", finalizou.

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