A queda de braços entre o governo brasileiro e a Fifa é evidente. A
presidenta Dilma Rousseff bateu o pé na questão da validade do ingresso
de meia-entrada para idosos acima de 65 anos, condição prevista no
Estatuto do Idoso, e a entidade máxima do futebol já acena com a
possibilidade de acordo. O secretário-geral da entidade esportiva,
Jérôme Valcke, afirmou que só serão aceitas meias-entradas para idosos,
descartando a possibilidade de estender o benefício a estudantes,
ex-atletas e outros tipos de categorias.
"Entendemos como o
mundo trabalha. E não vamos dizer que estamos acima de todas as leis e
regulamentos. Quando a presidente [Dilma] Rousseff disse que há lei para
proteger as pessoas acima de 65 anos com meia-entrada, disse a ela: não
quero mudar essa lei", afirmou Valcke sobre a questão dos ingressos.
Esse
tema vem sendo apontado como um dos principais obstáculos que tem
impedido o Congresso Brasileiro de introduzir a Lei da Copa do Mundo,
que precisa ser aprovada para que as condições financeiras e jurídicas
da Fifa entrem em vigor.
Dilma Rousseff, se reuniu com Jérôme
Valcke, durante a visita dela à Europa neste mês e publicamente
expressou que seu governo não poderia aceitar o pedido da entidade
máxima do futebol mundial de vetar a meia-entrada para idosos, que é um
direito assegurado pela lei brasileira.
Um fato que tem
preocupado a Fifa é a possibilidade de vários outros grupos também se
sentirem no direito de obter o benefício do bilhete pela metade do
preço, caso dos estudantes. "Temos que ter certeza de que não estamos
enfrentando um número de comunidades que tenha acesso à meia-entrada,
seja lá quais sejam, doadores de sangue, estudantes, ex-jogadores,
etc.", ressaltou o dirigente.
Valcke revelou ainda que a ideia é
ter um ingresso especial, isto é, com preço mais acessível à camada mais
simples da sociedade. "Temos que trabalhar em um ingresso da categoria 4
que não é só para esses grupos, mas que dê acesso para todos os
brasileiros que não podem pagar muito pelos ingressos", explicou.
ESCÂNDALO
O
escândalo de suborno na eleição presidencial da Fifa ganhou um novo
capítulo ontem. A entidade anunciou a abertura de uma investigação
contra mais dez dirigentes do futebol caribenho pela suposta venda de
votos ao então candidato catariano Mohamed bin Hammam.
A Fifa
disse que deseja colher depoimentos de dez dirigentes de seis países,
como parte de uma investigação conduzida pela agência de Louis Freeh,
ex-diretor do FBI. "Os casos serão submetidos ao Comitê de Ética da Fifa
na sua próxima reunião em meados de novembro", diz o comunicado.
Patrick
John, ex-primeiro-ministro de Dominica, está entre os suspeitos. A Fifa
também está investigando Oliver Camps, secretário-geral da Federação de
Futebol de Trinidad e Tobago e um aliado de Jack Warner, que renunciou
ao cargo de vice-presidente da Fifa. Um dos acusados é membro da
federação de Bahamas, que foi o denunciante original que alertou a Fifa
sobre os pagamentos.
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