quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fifa aceita meia-entrada para idosos

A queda de braços entre o governo brasileiro e a Fifa é evidente. A presidenta Dilma Rousseff bateu o pé na questão da validade do ingresso de meia-entrada para idosos acima de 65 anos, condição prevista no Estatuto do Idoso, e a entidade máxima do futebol já acena com a possibilidade de acordo. O secretário-geral da entidade esportiva, Jérôme Valcke, afirmou que só serão aceitas meias-entradas para idosos, descartando a possibilidade de estender o benefício a estudantes, ex-atletas e outros tipos de categorias. 

"Entendemos como o mundo trabalha. E não vamos dizer que estamos acima de todas as leis e regulamentos. Quando a presidente [Dilma] Rousseff disse que há lei para proteger as pessoas acima de 65 anos com meia-entrada, disse a ela: não quero mudar essa lei", afirmou Valcke sobre a questão dos ingressos.

Esse tema vem sendo apontado como um dos principais obstáculos que tem impedido o Congresso Brasileiro de introduzir a Lei da Copa do Mundo, que precisa ser aprovada para que as condições financeiras e jurídicas da Fifa entrem em vigor.

Dilma Rousseff, se reuniu com Jérôme Valcke, durante a visita dela à Europa neste mês e publicamente expressou que seu governo não poderia aceitar o pedido da entidade máxima do futebol mundial de vetar a meia-entrada para idosos, que é um direito assegurado pela lei brasileira.

Um fato que tem preocupado a Fifa é a possibilidade de vários outros grupos também se sentirem no direito de obter o benefício do bilhete pela metade do preço, caso dos estudantes. "Temos que ter certeza de que não estamos enfrentando um número de comunidades que tenha acesso à meia-entrada, seja lá quais sejam, doadores de sangue, estudantes, ex-jogadores, etc.", ressaltou o dirigente.

Valcke revelou ainda que a ideia é ter um ingresso especial, isto é, com preço mais acessível à camada mais simples da sociedade. "Temos que trabalhar em um ingresso da categoria 4 que não é só para esses grupos, mas que dê acesso para todos os brasileiros que não podem pagar muito pelos ingressos", explicou.

ESCÂNDALO

O escândalo de suborno na eleição presidencial da Fifa ganhou um novo capítulo ontem. A entidade anunciou a abertura de uma investigação contra mais dez dirigentes do futebol caribenho pela suposta venda de votos ao então candidato catariano Mohamed bin Hammam.

A Fifa disse que deseja colher depoimentos de dez dirigentes de seis países, como parte de uma investigação conduzida pela agência de Louis Freeh, ex-diretor do FBI. "Os casos serão submetidos ao Comitê de Ética da Fifa na sua próxima reunião em meados de novembro", diz o comunicado.

Patrick John, ex-primeiro-ministro de Dominica, está entre os suspeitos. A Fifa também está investigando Oliver Camps, secretário-geral da Federação de Futebol de Trinidad e Tobago e um aliado de Jack Warner, que renunciou ao cargo de vice-presidente da Fifa. Um dos acusados é membro da federação de Bahamas, que foi o denunciante original que alertou a Fifa sobre os pagamentos.

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