quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Acusado de controlar esquema de inspeção veicular no RN pede demissão

Acusado de integrar a quadrilha que controlava o serviço de inspeção veicular no Rio Grande do Norte, o procurador jurídico da Prefeitura de São José do Rio Preto, Luiz Antonio Tavolaro, se demitiu nesta segunda-feira. A demissão ocorre no momento em que o Ministério Público Estadual abre investigação para apurar suposta fraude em licitação de R$ 18,3 milhões para a construção de uma avenida e uma ponte. Mas, segundo ele, a demissão ocorre para não desgastar o governo do prefeito Valdomiro Lopes (PSB) e para que tenha tempo de se defender das acusações imputadas a ele pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.

Tavolaro levantou suspeita do MP de Rio Preto desde que seu nome surgiu, na semana passada, como um dos responsáveis pela licitação que contratou o consórcio Inspar para o serviço de inspeção veicular no Rio Grande do Norte, onde dez pessoas continuam presas, entre elas João Faustino, suplente do senador José Agripino (DEM) e ex-subsecretário da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo na gestão de José Serra. Segundo o MP do Rio Grande do Norte, por meio de um lobista indicado por Faustino, a Inspar repassava 5% do faturamento para a Controlar.

De acordo com os promotores do Rio Grande do Norte, Tavolaro, que possui um escritório em São Paulo, foi o responsável por elaborar o projeto da lei que criou a inspeção veicular naquele Estado. Ele também teria colaborado na formatação do edital e na eliminação das empresas concorrentes que participaram da licitação para contratar o serviço. A lei teria sido feita para beneficiar os donos do consórcio Inspar que venceu a licitação.

Tavolaro e o empresário Harald Peter Zwetkoff, presidente da Controlar, empresa responsável pela inspeção em São Paulo, teriam formatado a concorrência de acordo com os interesses do Inspar. Para não participar da concorrência, a Controlar teria ficado com 5% do faturamento do consórcio Inspar.

Em Rio Preto, Tavolaro articulou licitações de mais de R$ 100 milhões na Prefeitura. Mas segundo o promotor de Justiça Carlos Romani, de Rio Preto, o inquérito aberto hoje não tem ligações com outras licitações.

Ele é especifico sobre a construção de uma avenida próxima da Represa Municipal e de uma ponte sobre a BR-153, cuja licitação teria a empreiteira Constroeste como futura vencedora. O inquérito foi aberto depois que um empresário, cuja identidade está sendo preservada, disse ao Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que foi ameaçado por Tavolaro para não participar da concorrência porque a obra já estaria reservada para a Constroeste pelo valor aproximado de R$ 19 milhões.
 
Estado de Minas

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