Os acidentes envolvendo motocicletas já respondem por 50% das mortes nas
rodovias federais do Rio Grande do Norte. A estatísticas do Hospital
Walfredo Gurgel, para onde vai a maioria das vítimas de acidentes de
trânsito que ocorrem em Natal e no interior do Estado, reforçam esse
dado, pois das 5.291 pessoas feridas que deram entrada naquele
pronto-socorro no ano passado, 59,61% eram motoqueiros.
Adriano AbreuAcidentes também aumentam número de vítimas feridas
De acordo com o Departamento da Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Norte, nos últimos cinco anos, o percentual de mortes sobre veículo de duas rodas, nas BRs , que foi de 29,38% em 2007, subiu para 43,72% no ano passado e somente neste primeiro semestre de 2012, foi a 50%.
Segundo o Núcleo de Acidentes da PRF, em 2007 morreram 177 pessoas vítimas de acidentes nas rodovias federais que cortam o Rio Grande do Norte, sendo pilotos ou carona de motocicletas. Em 2011, o número total de mortes foi de 183, dos quais 80 vítimas viajavam de motocicletas. Em 2012, essa relação foi 54 mortes, das quais 27 em duas rodas.
O índice de pessoas feridas também chama a atenção da PRF, pois dos 1.612 feridos, 632 ou 39,2% estavam em cima de uma moto. Já no ano passado foram 2.124 feridos, dos quais 1,157 (54,47%) estavam em duas rodas. Em 2012, dos 658 feridos, 350 (53,19%) envolveram-se em acidentes com motos.
As estatísticas do Hospital Walfredo Gurgel, que é referência em atendimento de politraumatismo no Estado, mostram que dentre as 5.291 vítimas ali socorridas, 3.154 eram motoqueiros, enquanto 997 eram passageiros de veículos automotores, 418 motoristas e 722 pedestres. No primeiro trimestre deste ano, a relação continua a mesma, o maior número de vítima é de motoqueiros (1.593), contra 335 pedestres, 168 motoristas e 513 pedestres.
MOTIVOS
O Samu Natal não tem dados atualizados sobre o número de acidentes e de vitimas envolvidas, mas o seu coordenador administrativo, Kleiber Rodrigues, disse que os casos de acidentes envolvendo motoqueiros é preocupante, inclusive porque é crescente o número acidentes envolvendo moto de 50 cilindradas, em que não se exige que o piloto tenha carteira de habilitação. "A gente vê que, muitas vezes, é um garoto ou um adulto que nunca pegou numa moto e não passaram por uma auto-escola", disse ele.
Mesmo não sendo obrigatória a carteira de habilitação para quem pilota esse tipo de veículo, Rodrigues disse que pelo menos a legislação de trânsito exige o uso de capacete: "Hoje mesmo (ontem) vi uma pessoa na garupa de uma moto dessa sem capacete e o piloto usando o capacete no braço".
Além do crescente número de veículos rodando em Natal, avaliou Rodrigues, o aumento de motocicletas em circulação é muito maior, devido as facilidades que uma pessoa tem, agora, para adquirir um veículo desse tipo, porque o preço "é barato e e valor do financiamento muito baixo".
Segundo Rodrigues, afora as mortes no trânsito, uma vítima de acidente de moto pode sofrer sequelas e até prejuízos financeiros e sociais, como ocorrem com motoboys, "que têm de se afastar do trabalho por algum período", em casos de acidentes graves.
A informação do Samu Natal é que o maior número de acidentes de trânsito ocorrem nas avenidas Salgado Filho/Hermes da Fonseca - Engenheiro Roberto Freire - BR 101 e ainda na Tomaz Landim, João Medeiros Filho e Moema Tinoco da Cunha Lima, na Zona Norte e na Ranieri Mazili, Zona Oeste.
Da TN
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