quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

“Quando esteve no Senado, Rosalba não ajudou a trazer Copa para Natal”

A vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, presidente estadual do PSB, não gostou das palavras ditas pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM), durante as seguidas solenidades de inauguração da Arena das Dunas. A democrata enfatizou que assumiu a gestão com Natal quase sendo excluída do mundial devido a demora no início das obras do novo estádio, mas “agarrou o projeto” para confirmar a capital potiguar na Copa do Mundo de 2014.
“Rosalba quando era senadora nunca tentou nos ajudar a trazer a Copa. Só apareceu quando a cidade foi anunciada como sede, só para comemorar junto com a população”, relembrou Wilma de Faria em entrevista concedida ao programa Boa Tarde Cidadão, da Band Natal. Foi na administração da ex-gestora que Natal foi inscrita nos jogos e o projeto arquitetônico da Arena foi desenvolvido, pelo qual Wilma chegou até a ganhar prêmios diante da beleza da obra.
Segundo a presidente do PSB, a perspectiva de vitória de Rosalba na campanha eleitoral de 2010 fez com que muitos “empreendedores que já estavam participando da licitação, preferissem sair, porque haveria uma nova quando ela assumisse. Isso atrapalhou, mas nós fizemos o máximo, definimos o projeto, trouxemos bons técnicos. Nossa equipe trabalhou em conjunto e nós conseguimos vencer”.
As declarações de Wilma de Faria, dessa forma, acabam indo de encontro ao que afirma a atual gestão estadual, de que o Governo Rosalba Ciarlini “salvou” a Copa do Mundo em Natal. Isso porque quando assumiu a gestão, a atual governadora teve que correr contra o tempo para viabilizar a construção do estádio. Inclusive, na semana passada, o secretário de comunicação do Governo do Estado, Paulo Araújo, enviou artigo para a jornalista Thaisa Galvão, defendendo esse ponto de vista.
“Iniciada sem o menor fio de esperança por parte da opinião pública, mediante uma decisão solitária e corajosa da governadora Rosalba Ciarlini em não deixar Natal de fora da Copa do Mundo, a obra (Arena das Dunas) entregue é, antes de mais nada, uma prova viva de como essa mulher, sempre foi, ao longo da sua trajetória de gestora, uma tocadora de obras”, afirmou Araújo.
De qualquer forma, segundo Wilma, até mesmo o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a lhe confidenciar sua opinião sobre as possibilidades da cidade na Copa. “Até Lula me disse que não achava Natal com chance, mas eu defendi porque tínhamos a melhor rede hoteleira, o melhor projeto; teríamos condições e estrutura, o aeroporto sairá para isso”, completou. FUNCIONALISMO Ao ser questionada sobre a dificuldade da gestão Rosalba em manter em funcionamento projetos até então consolidados, como o Programa do Leite e até as Centrais do Cidadão,
Wilma disse que “tudo que depende só do governo está parando. Como é o caso das adutoras, de algumas estradas como a BR-226. É difícil encontrar coisas positivas para elogiar. Tínhamos 5 centrais do cidadão em Natal, hoje só tem três. Na nossa gestão duplicamos”, critica. Sobre a situação da segurança pública, batendo recorde de assassinatos, Wilma de Faria disse que faltou prioridade da administração para este setor.
“Todos os Estados estão enfrentando dificuldades, mas aqui no RN nós deixamos cerca de 11,5 mil policiais militares e hoje há apenas 9,3 mil. Não houve concurso público nem suplentes foram convocados. A mesma coisa na Polícia Civil”.

Wilma confirma conversas com PMDB, elogia Henrique, mas nega que aliança esteja fechada
De fato, a ex-governadora Wilma de Faria, do PSB, deverá disputar um cargo na chapa majoritária nas eleições deste ano. Contudo, ainda não definiu se vai para o Governo ou para o Senado e nem se vai caminhar ao lado do PMDB nas próximas eleições, como se comenta.
Segundo Wilma, houve um convite para isso, mas a definição só sai em abril. “Nós não estávamos com alianças (fechadas). No entanto, eles nos procuraram, a gente está conversando e temos interesse em conversar pensando no Estado do Rio grande do Norte”, afirmou a governadora em entrevista a Rádio Santa Cruz AM, na manhã de hoje.
Dessa forma, Wilma também se negou a responder qual seria a preferência dela nos possíveis candidatos do PMDB para o Governo do Estado: Fernando Bezerra, ex-ministro, ou Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara Federal. “Veja bem, essas coisas ainda não estão definidas ainda. Ninguém vai poder colocar nenhuma preferência”, despistou.
Porém, é bem verdade que Wilma de Faria também afirmou que Henrique não pode abrir mão da condição de presidente da Câmara Federal, uma vez que isso será fundamental para que o Estado não perca o espaço nacional conquistado e que facilita a liberação de recursos da União. “O deputado Henrique é o presidente da Câmara dos Deputados, é uma grande autoridade, que tem força para trazer recursos. Precisa, na verdade, dar muito apoio a sua terra, ao seu Estado”, disse ela.
Com relação a qual cargo vai disputar neste ano, Governo ou Senado, Wilma contou que ainda não tomou a decisão. Só deve se decidir em abril. “Hoje a gente precisa ter alianças e estamos trabalhando essas alianças. Temos que ouvir a população porque antes havíamos definido que o partido iria ter uma candidatura para deputada federal, então, era candidata a deputada federal. Mas aí começou ‘governadora, queremos você numa chapa majoritária’. E temos que ouvir o povo”, afirmou ela.
REUNIÃO As eleições proporcionais também fazem parte das prioridades do PSB do Rio Grande do Norte para as eleições 2014, que acontecem em outubro próximo. A discussão sobre as melhores composições e possíveis candidaturas foi iniciada na tarde desta segunda-feira, em encontro da presidente do partido, Wilma de Faria, com a bancada estadual peessebista (Larissa Rosado, Márcia Maia e Tomba Farias), além do vereador mossoroense Lairinho Rosado e da deputada federal Sandra Rosado.
Ficou definida também a realização de um ciclo de encontros regionais, que debaterão os problemas vivenciados no estado, principalmente nas áreas essenciais da segurança pública, saúde, homem do campo. O primeiro evento deverá acontecer em Natal em fevereiro, com data ainda a ser definida.
Os deputados também devem se engajar mais nas visitas aos municípios, ampliando a consulta às bases sobre os caminhos que a legenda deve tomar nas eleições majoritárias. “Nós vamos discutir temas importantes para a sociedade. Saúde, segurança e o problema do homem do campo.
Por que é que a Emater não está funcionando? Por que não tem uma parceria maior com o MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário)? Por que tudo é tão lento? Por que fala que vão perfurar 1,2 mil poços e até agora nada ou quase nada?”, exemplificou Wilma.
PRESIDENTE
De volta a entrevista concedida por Wilma ao Boa Tarde Cidadão, a atual vice-prefeita também abordou os entendimentos políticos que envolvem o seu partido, o PSB, e as demais legendas, visando o pleito eleitoral desse ano.
Segundo a vice-prefeita, ainda não há definições sobre as candidaturas majoritárias, embora a legenda trabalhe para indicar nomes também neste sentido. Mas, enfatizou, “vamos ter palanque para presidente”.
A posição de Wilma vai de acordo ao defendido pelo presidente nacional do PSB e pré-candidato a presidente da sigla, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O presidenciável, inclusive, estaria articulando a possibilidade da própria vice-prefeita vir a ser o nome do partido na disputa pelo governo potiguar, o que, por enquanto, ainda estaria sendo preterido pela ex-governadora.
Ontem, em reunião realizada entre Wilma, os deputados estaduais do PSB e a deputada federal Sandra Rosado, o grupo chegou ao consenso que é preciso colocar entre suas prioridades também a definição de coligações proporcionais.
Ficou definida também a realização de um ciclo de encontros regionais, que debaterão os problemas vivenciados no estado, principalmente nas áreas essenciais da segurança pública, saúde, homem do campo.
O primeiro evento deverá acontecer em Natal em fevereiro, com data ainda a ser definida. Os deputados também devem se engajar mais nas visitas aos municípios, ampliando a consulta às bases sobre os caminhos que a legenda deve tomar nas eleições majoritárias.

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